Sociedade

Contas do Santuário: o outro 'segredo' de Fátima

19 mai 2016 00:00

Contas e valores de investimentos do santuário sem divulgação pública.

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Maria Anabela Silva

A resposta é, quase, sempre a mesma. Quando questionados sobre os custos das obras que o Santuário de Fátima tem vindo a fazer, os responsáveis da instituição, pela voz do seu reitor, alegam que são os gastos “necessários” à intervenção, financiados com as ofertas dos fiéis e em “benefício dos próprios peregrinos”, sem nunca referirem valores.

Por revelar continuam também as contas anuais do Santuário, que não são apresentadas publicamente há dez anos.

Pela sua natureza jurídica, a instituição não está obrigada a essa divulgação, mas fê-la, entre 2000 e 2006, por decisão de D. Serafim Ferreira e Silva, então bispo de Leiria-Fátima, que considerava tratar- se de uma medida “normal” de prestação de contas aos fiéis, cujas ofertas são a principal fonte de receita do Santuário.

O tema voltou a ser abordado na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação de Maio, onde o reitor do santuário, Carlos Cabecinhas, deixou a promessa de, até ao final do ano, serem divulgadas as contas relativas aos investimentos relacionados com o Centenário das Aparições.

“Ainda não temos uma data fixada. Será uma apresentação que queremos fazer este ano, o que significa que terá toda a incerteza da apresentação de contas de algo que está a decorrer e que não corresponderá ao resultado final”, disse o reitor