Covid-19

Covid-19 na região Oeste: AIRO admite 10 mil desempregados e mais de 14 mil empresas paradas

10 abr 2020 17:25

Estudo revela que 86 empresas já suspenderam actividade e outras 6 encerraram definitivamente. Os despedimentos confirmados afectam 151 pessoas

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Dados recolhidos pela AIRO estão actualizados até 3 de Abril
Ricardo Graça

A estimativa é da AIRO, com sede em Caldas da Rainha, sobre os impactos da Covid-19 na região Oeste, no início deste mês de Abril: poderão existir 10.603 desempregados e 14.448 empresas com actividade suspensa, além de 5.520 empresas em apresentação de lay-off total ou parcial. A associação empresarial admite também que 38.778 empresas ponderam fazer despedimentos e 38.456 já foram fortemente afectadas economicamente.

A extrapolação - é disso que se trata - da AIRO tem por base um questionário, aplicado entre 27 de Março e 3 de Abril, que reúne respostas de 268 empresas - um terço dos empresários prevê uma diminuição de vendas superior a 80%.

Fonte: AIRO

O que é certo, para já, com base no estudo da AIRO, é que 14 empresas já haviam despedido trabalhadores (151, no total) e 43 estavam a equacionar despedimentos (com potencial para afectar 289 pessoas, ao todo).

Os impactos da pandemia de Covid-19 na economia do Oeste traduzem-se também em 86 empresas com actividade suspensa. E outras 6 que já encerraram definitivamente.

Do universo de empresas analisado pela associação, 10% tinham accionado lay-off total e 9% lay-off parcial.

Só 16 se encontram a trabalhar com normalidade (ou seja, como nos tempos anteriores ao estado de emergência). As restantes estão sujeitas a restrições que vão do trabalho sem atendimento ao público até ao teletrabalho, entre outras.

Fonte: AIRO

A maior parte dos inquiridos (42,3%) prevê o regresso à normalidade num prazo de 3 a 6 meses, mas 29,6% admitem que os condicionalismos actuais podem prolongar-se por mais de 6 meses.

Só 3,6% dos empresários acredita que um mês é suficiente para repôr a normalidade e 24,5% acreditam que esse objectivo será atingido em 2 ou 3 meses.

O risco de a empresa sofrer complicações económicas num contexto de crise provocada pela Covid-19 é assim avaliado: 57,3% dizem que já foi afectada, 26,3% consideram que o risco é elevado e 13,9% falam de risco moderado, enquanto para 1,8% o risco é baixo e outros 0,7% garantem que não há risco.

Ainda sobre a crise provocada pela Covid-19, para 26,6% dos empresários, ela representa um risco elevado que pode levar ao encerramento definitivo da actividade, outros 34,7% adiantam que o risco é moderado e para os restantes o risco é baixo ou inexistente.

Fonte: AIRO

Quase 95% dos inquiridos consideram que o risco para a economia nacional é elevado e mais de metade estão pouco confiantes (53,3%) ou não confiantes (11,3%) nas medidas propostas pelo Governo para apoiar as empresas.

A interrupção no abastecimento de matérias-primas era já um receio para 81% dos empresários, neste primeiro inquérito da AIRO, em que dois terços das respostas apontam para barreiras nas exportações (limitadas ou muito limitadas).

Ainda assim, metade dos empresários ouvidos pela AIRO mostram-se confiantes que o tecido empresarial da região Oeste tem capacidade de resposta para combater os impactos económicos provocados pela Covid-19.