Desporto

Este bruto dos queixos emigrante quer matar saudades e... ganhar

9 dez 2017 00:00

Xavier Lourenço, a jogar em França, regressa a casa para defrontar o clube do coração.

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Sábado, pelas 21 horas, há jogo em Turquel. A hora é a do costume, a prova é que não. A equipa do concelho de Alcobaça vai receber os franceses do SCRA Saint-Omer em desafio da primeira mão dos oitavos-de-final da Taça CERS, competição europeia de hóquei em patins.

E porque estamos a falar de encontros, este é ainda mais especial. O público vai encher o pavilhão, como sempre na vila, mas desta vez haverá no ar – e até no rinque – uma carga emocional maior.

É que o bruto dos queixos Xavier Lourenço - os cidadãos de Turquel têm orgulho neste epíteto que alegadamente lhes foi atribuído por serem muito francos no dirimir de conflitos e historicamente muito corajosos, até do ponto de vista físico - vai regressar pela primeira vez a casa envergando a camisola de um outro emblema.

Xavi tem como lema de vida não ser perfeito, mas feliz. E no início de 2016/17, então com 21 anos, decidiu aventurar-se pelo estrangeiro. Assinou pelo PAS Alcoy, da principal competição espanhola, e gostou da experiência. De tal forma que quis mais.

Apareceu então a oportunidade de rumar a outro campeonato, desta vez o francês, menos mediático, mas que tem estado a surpreender o hoquista pela competitividade. “É um campeonato com qualidade e só não tem equipas tão dominadoras com o FC Porto, Sporting e Benfica.”

Em Saint-Omer, cidade de 20 mil habitantes próxima da fronteira com a Bélgica, onde só o frio o incomoda, conta com a companhia de um ex-colega no Hóquei Clube de Turquel na equipa que lidera o campeonato gaulês, sem derrotas. Só que enquanto ele está em França para marcar golos, Eduardo Leitão quer evitá-los.

O guarda-redes de Peniche começou a jogar no Stella Maris e mudou-se para Turquel nos escalões de formação. Em 2014 sagrou-se campeão europeu de sub-20 por Portugal e na temporada passada alinhou no Sporting Marinhense.

O regresso à Aldeia do Hóquei está, pois, a deixar um friozinho na barriga dos meninos. Sobretudo na de Xavi, que é mesmo da terra e tem toda a família ligada ao clube. Se não, vejamos: o tio Nélson é treinador no clube e o pai Osvaldo ajuda na Direcção. As tias Sílvia e Paula são seccionistas e as primas Catarina e Cláudia, de dois e sete anos, já envergam, orgulhosas, as cores do clube.

Naquela vila, de resto, rara é a pessoa que não confunde os primeiros passos com as primeiras patinadelas. “No dia em que comecei a andar meteram-me uns patins nos pés e uma colher de pau nas mãos. Como vivia a 150 metros do pavilhão, estava sempre por lá, com o meu pai, o meu tio ou alguém da família”, recorda

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