Economia

Fabrico de moldes: 'mundo de homens' que está a atrair cada vez mais mulheres

10 mar 2016 00:00

As mulheres estão a conquistar o seu espaço na produção de moldes, em profissões onde as empresas têm tido dificuldade em recrutar, por falta de pessoal especializado

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Raquel de Sousa Silva

Fez um curso profissional de massagem desportiva e reabilitação física, mas não conseguiu encontrar emprego nesta área. Trabalhou dois meses num lar, mas acabou por decidir entrar na indústria de moldes.

Sara Ferreira, 23 anos, completou o curso de maquinação e programação CNC no Cenfim e desde Janeiro que trabalha na Enpromoulds, na Martingança. Como ela, há cada vez mais mulheres em profissões directamente ligadas à produção de moldes. Na semana em que se assinalou mais um Dia Internacional da Mulher, damos a conhecer algumas das suas histórias.

Em que consistem as tarefas da jovem do Souto da Carpalhosa, Leiria? Colocar e retirar peças da máquina, desempenar e centrar – “para isso uso um comparador ou uma fresa, depende se a peça está em bruto ou não” - e maquinar, ou seja, introduzir no equipamento a ordem para que execute o que está programado.

Na Enpromoulds encontrámos também Célia Nascimento, 49 anos, 'veterana' na arte de polir moldes. Há 20 anos que o faz. Começou na Edilásio Carreira que, a par da Aníbal Abrantes, foi uma das primeiras empresas a empregar mulheres em profissões directamente ligadas ao fabrico de moldes, como o acabamento de superfícies e a fresagem.

“Os moldes são uma indústria cada vez mais limpa, mais tecnológica e menos pesada. As mulheres estão mais disponíveis para trabalhar na área”, entende Sérgio Nicolau, gerente desta empresa da Martingança.

Se por um lado não tem havido mão-de-obra masculina disponível, por outro “há cada vez mais mulheres a fazer cursos ligados aos moldes”, o que ajudará a resolver o problema das empresas.

“O que discutimos são competências, não é o género”, diz Fernando Vicente, administrador da Somema, empresa da Marinha Grande onde trabalha Inês Henriques, de 36 anos. A jovem de Leiria foi durante vários anos vendedora da Fnac, mas acabou por ficar desempregada.

Na procura de nova ocupação deparava-se sobretudo com anúncios a pedir técnicos para a área dos moldes. “Por isso, resolvi fazer uma formação específica”, contou ao JORNAL DE LEIRIA. 

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