Desporto

Factos e figuras da representação de Leiria nos Jogos Olímpicos

4 ago 2016 00:00

São dez, os atletas da região que vão competir no Rio de Janeiro. Fomos conhecer algumas curiosidades da presença de Leiria nos Jogos Olímpicos.

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É para aquele momento que trabalharam durante quatro anos. É a competição mais importante com que que qualquer atleta pode sonhar. Muitos querem, muitos lutam, muitos adiam até o futuro, mas poucos, muito poucos, conseguem lá chegar. Esta quinta-feira, pelas 22 horas portuguesas, a selecção nacional de futebol dará o pontapé de saída da participação lusa nos Jogos Olímpicos. A região de Leiria, como não podia deixar de ser, estará representada nessa partida pelo nazareno Ricardo Esgaio.

O terceiro futebolista

Ora, este miúdo da Nazaré que defende as cores do Sporting será o terceiro futebolista do distrito a representar Portugal em Jogos Olímpicos. O primeiro até foi um conterrâneo seu, na edição de 1996. Emílio Peixe tinha então 23 anos e participou em cinco das partidas da equipa lusa.

A medalha esteve perto. Portugal classificou-se na quarta posição, foi eliminado nas meias-finais pela Argentina, mas o jogo de atribuição do bronze foi um descalabro, com uma derrota de mão cheia com o Brasil de Ronaldo, Bebeto, Rivaldo e Roberto Carlos.

Foi em 2004 que outro futebolista da região esteve presente em Jogos Olímpicos. Foi João Paulo, defesa de Porto de Mós, que se evidenciou ao serviço da União de Leiria e que nos últimos anos tem actuado no futebol cipriota.

Fez apenas um jogo, na fase de grupos, frente à Costa Rica, partida que Portugal perdeu por 4-2. João Paulo foi expulso ao minuto 45. A equipa de José Romão, que tinha perdido com o Iraque e vencido Marrocos, ficou-se por ali. Esperamos melhor sorte desta vez.

A quinta vez de João Costa

Mais presenças do que o futebol português – que só se apurou para os Jogos Olímpicos em 1928, 1996, 2004 e 2016 – tem João Costa. O atirador não é propriamente do distrito, nem sequer de Ourém. João reside no Paião, Figueira da Foz, mas como é sargento na Base Aérea de Monte Real decidimos incluí-lo na lista.

Sim, com 51 anos ele é o atleta mais velho da comitiva portuguesa. Não, não será o recordista de presenças entre os presentes, que o velejador João Rodrigues vai para a sétima, mas será o mais experiente entre os atletas de que falamos nesta edição.

Vânia Silva chegou às três

Entre os atletas do distrito, a atleta mais experiente em Jogos Olímpicos é Vânia Silva. O fim da carreira aproxima-se e a lançadora de martelo da Maceira já não marcará presença no Brasil, mas as experiências em Atenas, Pequim e Londres já ninguém lhas tira.

De resto, entre os atletas do distrito, apenas a lançadora Irina Rodrigues, o triatleta João Silva e a jogadora de badminton Telma Santos vão somar no Rio a segundo experiência na mais importante competição desportiva do planeta.

Tio e sobrinha olímpicos

Telma Santos é, de resto, um caso curioso. É que a atleta de Peniche é sobrinha de um outro jogador de badminton, Fernando Silva, que representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.

“Gostava muito jogar futebol e basquetebol, mas o meu tio ofereceu-me uma raquete. No primeiro treino que fiz não falhei o volante. Passado um mês de estar a brincar com o volante disputei um torneio e... ganhei. Um ano, o meu tio foi aos Jogos Olímpicos de Barcelona. Disse-lhe que um dia ia fazer o mesmo que ele. E ele riu-se...” E foi assim que tudo começou.

Um franciú da Nazaré

No mesmo ano em que Fernando Silva competiu na Catalunha, o distrito de Leiria esteve ainda representado por Raimundo Santos, fundista da Marinha Grande que representava o Sporting e que terminou os 5.000 metros na 27.ª posição.

Mas houve, também, um caso curioso. Luís Soares, nascido da Nazaré, acabou por competir na maratona por França, país para onde emigrou quando era jovem. Foi 45.º classificado.

O quarto distrito com mais atletas

O distrito de Leiria não tem grande tradição olímpica, mas os oito atletas apurados para o Rio de Janeiro dobram os quatro de Londres'2012, que era o anterior máximo. Mais relevante ainda, Leiria é o quarto distrito do País onde nasceram mais atletas presentes.

Lisboa é naturalmente o grande dominador, com 16, seguido do Porto, com 12, e Braga, com nove. Leiria tem sete. Os nossos vizinhos de Coimbra têm dois, enquanto Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco e Vila Real não estarão representados. O maior contingente é… de atletas nascidos no estrangeiro.

São nada menos do que 19, com Nelson Évora à cabeça e na qual consta Victoria Kaminskaya, que aos seis anos trocou a Rússia pelo concelho de Peniche.

A estreia de Pombal

Com a presença de Daniela Cardoso nos 20 quilómetros marcha, é também Pombal que se irá estrear na grande competição. De resto, todos os outros concelhos da região com atletas nos Jogos Olímpicos já o tinham conseguido anteriormente.

O atletismo é nosso

Além da lançadora Irina Rodrigues e da marchadora Daniela Cardoso, o distrito estará fortemente representado na comitiva do atletismo.

O team leader e vice-presidente federativo Paulo Bernardo, o seleccionador e treinador Paulo Reis, o técnico Carlos Carmino, todos de Leiria, o também treinador Rui Norte, de Caldas da Rainha, o psicólogo João Lameiras, de Pombal, e até o biomecânico Paulo Oliveira, natural do concelho de Ansião, são uma parte significativa da equipa de apoio aos atletas daquela modalidade.

Um só clube do distrito

Do lote de dez atletas da região de Leiria, apenas um representa uma associação local. É a marchadora Daniela Cardoso, que enverga a camisola do Leiria Marcha Atlética Clube, apesar de actualmente estar a residir, a estudar e a treinar em Rio Maior. Os grandes de Lisboa açambarcam a maior parte dos atletas.

Cada um tem nos seus quadros três atletas. João Pereira, João Silva e Nuno Saraiva representam o Benfica, ao passo que João Costa, Ricardo Esgaio e Irina Rodrigues defendem as cores do Sporting.

O Estrelas de São João de Brito, de Lisboa, o Recreativo Ies La Orden, de Huelva, e a chinesa Tropix são as restantes equipas dos atletas da região.

Sem medalhas e três diplomas

Os atletas da região jamais conquistaram uma medalha. Quem esteve mais perto de o conseguir foi Emílio Peixe, no quarto lugar da selecção de futebol, em Atlanta'1996. No entanto, por mais duas vezes foram conseguidos lugares nos oito primeiros, lugares que não levam ouro, prata ou bronze para casa, mas dão direito a diploma.

Em ambas as ocasiões foi João Costa, sétimo na prova de tiro com pistola de ar comprimido a 10 metros, tanto em Sydney'2000 como em Londres'2012. Neste ano, João Silva falhou o diploma por pouco, ao ser nono na prova de triatlo.

A mais alta e o mais leve

Dentro da comitiva lusa, a lançadora de disco Irina Rodrigue, é a atleta mais alta (1,83 metros), ao passo que os 52 quilogramas de David Rosa fazem dele o rapaz mais leve.

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