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Faz P’Arte. Pombal entre batidas e cultura urbana

11 set 2025 14:30

Festival com música, artes performativas e artes visuais ao ar livre

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A cantora Carla Prata encontra-se com o público pelas 22 horas de sábado
DR

Dois dias para a criação contemporânea. Com mais de 52 mil habitantes, e uma boa parte da população distribuída por zonas rurais, Pombal é, também, um município com rosto urbano, que o festival Faz P’Arte ambiciona colocar em evidência.

Como que a despedir-se das férias, a segunda edição acontece neste fim-de-semana, 12 e 13 de Setembro, e oferece música, pintura mural, teatro, instalação, dança e oficinas na zona envolvente da Casa Varela, o centro de experimentação artística a funcionar desde 2021.

Protagonistas locais como o rapper Skilla e a cantora Bella Belux dividem o cartaz de concertos com artistas vindos de fora do concelho, em que se destacam Carla Prata (nascida em Londres e criada entre o Reino Unido, Angola e Portugal, mistura influências de sonoridades R&B, soul, afro e garage) e Xtinto (nome de palco de Francisco Santos, MC natural de Ourém que acumula milhões de reproduções nas plataformas de streaming e tem vários singles e EPs editados, além do álbum Latência). Está também prevista a Batalha do Marquês, em que as armas são rimas de improviso, por MCs de Pombal.

Da companhia Teatro Só, duas contribuições: a peça de teatro Sorriso, história de amor em que a morte de um assombra com solidão a vida do outro, em que Sérgio Fernandes assina dramaturgia e encenação, e a instalação Memória e Lugar, inspirada num levantamento sobre a imigração em Pombal, que através do som e da fotografia pretende explorar o sentido colectivo em torno da vivência de um território.

Apresentado pela organização como festival de street art, com acesso gratuito, ocupa a Ponte Dona Maria e o passeio ribeirinho – a cidade serve-lhe de cenário e de suporte, numa ligação orgânica. A programação propõe uma visita guiada aos murais realizados por pintores nacionais e internacionais e na música convoca ainda os rappers Hawi e Djidjei, a produtora e cantora Evawave e o DJ 95100. Inclui dança – com o grupo Artmovement – e duas oficinas: Arte na 1ª Pessoa, com a SAMP – Sociedade Artística Musical dos Pousos, e Transferência Fotográfica, orientada por Beatriz Mateus.

“Um encontro concebido como um diálogo entre o mundo urbano exterior e o espaço íntimo de uma galeria”, em que “a ambição é tornar a arte de rua visível e acessível”, pode ler-se na sinopse divulgada pelo município. “Pretendemos criar uma cultura local de arte de rua, que estabeleça vínculos com a comunidade, que incuba os talentos do presente e do futuro e que incentiva o surgimento de um ecossistema sustentável”.