Abertura

Histórias de quem superou a Covid-19 com um sorriso

28 ago 2020 11:15

Cinco meses depois de ter sido detectado o primeiro caso de Covid-19 na região, o JORNAL DE LEIRIA foi ouvir histórias de quem foi infectado e recuperou. Há um caso mais recente, em que o teste ainda é positivo

Margarida Araújo
Margarida Araújo
Ricardo Graça
Carlos Carvalho
Carlos Carvalho
Paulo Agostinho
Paulo Agostinho

Depois da China, a Europa começou a sentir os efeitos do SARS-CoV-2 pouco depois do início de 2020.

No dia 2 de Março, o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez em Portugal e, no dia 16 de Março, regista-se a primeira infecção no distrito de Leiria.

Trata-se de um homem de 67 anos internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, mas originário da freguesia de Santa Catarina, no concelho de Caldas da Rainha.

Cinco meses depois, a situação está longe de estar controlada, mas o Serviço Nacional de Saúde tem dado a resposta adequada às necessidades.

Ana Silva, médica de Saúde Pública, denuncia que há “muitos casos” que têm surgido com a vinda dos emigrantes. “Tivemos um surto ligado a um emigrante, que contagiou toda a família”.

“As pessoas não tomam os cuidados que deviam. Os jantares e festas estão na ordem do dia. As reuniões familiares têm sido desastrosas”, criticou a responsável. A médica insiste nos três cuidados “fundamentais” que devem ser cumpridos: distanciamento, uso de máscara e higienização das mãos.

Bombeiros transportam presidente

“Adormeci, acordei e fomos felizes para sempre.” É assim que Carlos Carvalho resume, meio a brincar, a sua experiência como doente Covid- 19.

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Marinha Grande e professor na Escola Secundária Calazans Duarte foi dos primeiros doentes da região a serem diagnosticados com o vírus SARS-CoV-2 e a estarmos nos cuidados intensivos do hospital de Santo André, em Leiria.

Foi também o primeiro a sair, o que obrigou a unidade hospitalar a encontrar soluções para dar resposta aos novos desafios. As suspeitas começaram com febres de 39º que não baixavam com a medicação.

A Linha Saúde 24 ainda não tinha a febre como sintoma incluído, pelo que Carlos Carvalho nunca conseguiu ser atendido. Foi aguentando o estado febril cerca de 10 dias. “Assim que ouvi no noticiário que a Saúde 24 tinha alargado os sintomas à febre, liguei de imediato. Estive quase uma hora até ser atendido e a seguir activaram o INEM”, lembra.

Foi levado pelos elementos dos ‘seus’ bombeiros. No hospital de Leiria deu entrada na tenda montada pelos Voluntários de Leiria para a triagem e esperou. “Na sala ninguém [utentes] tinha máscara. Ainda não se dizia que era necessário.”

Carlos Carvalho não se recorda do dia, mas sabe que foi depois das escolas fecharem. O teste provou que estava positivo e o raio x aos pulmões evidenciava uma mancha “anormal”.

“Alguém me diz: vamos pô-lo a dormir um bocadinho. Acho que foi a última coisa que ouvi. Acordei com um médico à minha cabeceira a dizer que correu tudo bem… oito dias depois”, revela.

O professor explica que foi necessário o coma induzido, porque “dificilmente alguém acordado consegue estar entubado, com um tubo larguíssimo”.

Ao ser entubado, “passa a ser a máquina a fazer o trabalho do pulmão, dando-lhe tempo para recuperar sem esforço”. Recuperado, Carlos Carvalho saiu dos cuidados intensivos, mas ainda estava positivo.

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