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Leiria recebe a primeira exposição de Mário Lopes em 2023

1 set 2023 11:45

O artista vai ocupar duas salas do Banco das Artes com centenas de papoilas

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Mário Lopes: “Ter crescido no campo deu-me a possibilidade de observar as leis da Natureza”
DR

Começou o ano na Nova Zelândia (a inaugurar duas obras durante um simpósio de escultura) e antes de viajar para os Açores (no próximo Outono) para uma residência artística na ilha do Pico, Mário Lopes inaugura em Leiria a primeira exposição de 2023.

Papaver, com abertura agendada para esta sexta-feira, 1 de Setembro, pelas 18 horas, no Banco das Artes Galeria (BAG), vai ocupar as duas salas do Project Room com centenas de papoilas, até meados de Novembro.

A espécie é “um elemento de estudo” para o artista, que se deixa inspirar pela “forma muito curiosa” da cápsula onde estão contidas as sementes, com uma “estrutura muito complexa”, “cheia de detalhes”, que apresenta “harmonia” e “uma elegância muito própria”.

Durante vários anos, Mário Lopes recolheu papoilas em vários lugares do mundo. “Cada uma é diferente da outra, não há duas iguais”, comenta com o JORNAL DE LEIRIA. A exposição no BAG – três composições que convidam a um olhar atento sobre as características de cada espécime – tem curadoria de Lara Portela.

Aproveitei para apresentar algo diferente meu com que as pessoas não estão muito familiarizadas”, explica Mário Lopes, que é natural de Leiria e trabalhou no estrangeiro durante longas temporadas.

Licenciado em Escultura na Academia de Belas Artes de Carrara (Itália) e com mestrado em Escultura na Tama Art University (Japão), Mário Lopes tem explorado a escultura, a pintura, a gravura e a tapeçaria em temáticas abstratas relacionadas com crescimento, expansão e evolução da matéria no espaço. A Natureza – formas, estruturas e relação dos seus elementos – é uma forte inspiração.

Ter crescido no campo deu-me a possibilidade de observar as leis da Natureza, compreender o modo como esta cresce, se desenvolve, se adapta, se transforma e se conecta com a variedade infinita de elementos. Com um olhar sempre analítico sobre as formas, procuro captar a essência das coisas e transmitir na minha obra a mesma fluidez, força e energia”, escreve o artista na declaração sobre a exposição Papaver.

As viagens e o contacto com outras culturas também me dão uma visão mais ampla da maneira como as pessoas vêm e se relacionam com o mundo e tudo ao seu redor e da importância que a arte tem nas suas vidas. Deste modo os meus trabalhos vão ao encontro dessa necessidade primordial de transmitir imagens e expressões abstratas, por vezes irreais, transformando e enriquecendo a nossa mente continuamente”, conclui.

Papaver está patente no Banco das Artes Galeria, em Leiria, até 12 de Novembro.