Sociedade

Leiria: um território que (ainda) caminha a duas velocidades

25 mai 2017 00:00

A localização/centralidade, a diversidade, de paisagens e de património e o dinamismo empresarial são algumas das forças do território da CIMRL, onde subsistem, no entanto, assimetrias significativas e a “falta de visão” conjunta.

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Maria Anabela Silva

O futuro da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) vai estar em análise no segundo fórum sobre este território promovido pelo JORNAL DE LEIRIA, a realizar esta sexta-feira, na Marinha Grande.

O objectivo é dar continuidade ao debate iniciado na primeira edição, promovendo agora uma reflexão sobre o que poder ser esta região e que caminhos deve trilhar para potenciar as suas potencialidades e mitigar as suas fraquezas.

Mas que território é este? A CIMRL foi formalmente constituída em 2013, abrangendo dez municípios do distrito: Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

São cerca de 2.450 quilómetros quadrados de área, que se estende da costa atlântica até à serra e ao pinhal, com uma grande diversidade de paisagens e de património.

Aqui moram quase 290 mil pessoas, mais de metade das quais, concentradas no eixo Leiria-Marinha Grande. É, aliás, na demografia que reside um dos pontos de maior assimetria neste território, consequência também das discrepâncias que existem em termos de desenvolvimento económico e de dinamismo empresarial.

De acordo com dados do portal de estatísticas Pordata, em 2015 os cinco concelhos mais a Norte desta comunidade intermunicipal (Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógrão Grande) tinham, no seu conjunto, pouco mais do que 31.500 habitantes, ou seja, cerca de 11% do total da população da CIMRL. É também nesses concelhos que se registam os valores mais elevados do índice de envelhecimento, contribuindo para que a CIMRL apresente, neste domínio, um valor acima da média nacional.

Os dados da Pordatarevelam que, em 2015, por cada 100 jovens com menos de 15 anos a residir nos dez concelhos da comunidade existiam 159 pessoas com 65 ou mais anos, quando em termos nacionais esse rácio estava nos 144.

Também ao nível do poder de compra per capita, o indicador apresentado pela CIMRL (93) está abaixo da média do País (100), apesar de o concelho de Leiria se encontrar ligeiramente acima (103), enquanto a Marinha Grande aparece dentro da média (100).

Os dados referentes à remuneração média mensal dos trabalhadores por conta de outrem colocam, mais uma vez, este território abaixo da média dom País. De acordo com os últimos dados disponíveis, referentes a 2013, na CIMRL os trabalhadores recebiam, em média, 810 euros por mês, enquanto no País esse indicador se fixava em 912 euros. Na região, apenas a Marinha Grande apresentava um valor acima (951 euros).

Na balança comercial, o território da CIMRL consegue ter um melhor desempenho do que o País, registando, em 2015, um saldo entre importações e exportações positivo em 398 milhões de euros, quando o País registou um valor negativo em 10,4 mil milhões de euros. O bom desempenho da região a este nível deve-se, essencialmente, ao concelho da Marinha Grande que, naquele ano, teve um saldo positivo da sua balança comercial de quase 294 milhões de euros.

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