Março é mês de ir ao teatro!

Alcobaça, Pombal e Porto de Mós juntaram-se à comemoração de Março como mês dedicado ao teatro. Nestes concelhos, as artes de palco passam pelas principais salas de espectáculos e fazem uma digressão pelas freguesias.

Até ao fim do mês, os espectáculos com algumas das melhores companhias nacionais, como o Chapitô, Peripécia Teatro, Teatro Meridional e convidados estrangeiros são razões de força para passar um serão no teatro.

Até ao dia 24, a sexta edição do Ao Teatro! Festival, de Alcobaça, organizada pela Associação Cultural Gambuzinos Com 1 Pé de Fora, leva espectáculos de teatro, de companhias profissionais e amadoras ao concelho, este ano sob a efígie de Hamlet e Saramago. Ao longo dos próximos três fins-de-semana o festival apresentará sete espectáculos em Alcobaça e na Benedita.

Entre as principais apostas estarão Antes a Morte que Tal Sorte, uma adaptação da obra As Intermitências da Morte, de José Saramago, pela companhia da Benedita Gambuzinos com 1 Pé de Fora e a também adaptação da peça Hamlet, de William Shakespeare, pela companhia Chapitô.

A primeira acontece já amanhã, dia 8, às 21:30 horas, no Cine-teatro de Alcobaça, João d’Oliva Monteiro. A peça estreou no ano passado, no âmbito da programação da 5.ª edição do Books & Movies – Festival Literário e de Cinema de Alcobaça e conta com autoria e encenação do director artístico do Chapitô, José Carlos Garcia. Apresenta-se agora repensada e com algumas alterações. Entre as curiosidades, está o facto de um dos mentores do grupo de teatro e actor nesta peça, também se chamar José Saramago.

“Foi um espectáculo que deu muito gozo a encenar, com pessoas que deram muito de si e que, acredito, vai ter um grande futuro nos palco do País”, afirma José Carlos Garcia Também com encenação deste, o espectáculo Hamlet será apresentado no sábado, dia 9, às 21:30 horas, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita.

“Será uma oportunidade única, após ter passado um ano em digressão, de ver esta peça que conta com o selo de qualidade do Chapitô”, adianta o encenador, sublinhando que não sendo propriamente uma adaptação de Shakespeare, é mais “uma inadaptação a partir do texto original”.

A programação de qualidade, porém, não se esgota nestas duas grandes apostas e o Ao Teatro! também será palco de uma estreia. No dia 15, às 21:30 horas, os Gambuzinos com 1 Pé de Fora apresentarão ao público, pela primeira vez, a peça O Serviço, com texto de Harold Pinter e encenação de Mariana Ferreira.

Dois homens esperam mais uma vez um contacto para O Serviço. Falta algum tempo e poderiam beber uma chávena de chá. João tem as perguntas, mas Zé não dá as respostas. No meio da conversa fiada, a tensão cresce à medida que o enigma se torna maior. Para que é o elevador e o que há ao fundo do corredor? Quem está lá em cima?

A estreia abrirá caminho para o Peripécia Teatro que, no dia 15, à mesma hora, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita, mostra o trabalho premiado La tortilla de mi madre, criação sobre as avós, as mães e outros familiares que vão vivendo sós. Em palco, uma avó que leu todos os clássicos.

Leu os românticos, os modernos e os contemporâneos. Delira com Pessoa, Faulkner e Lorca e curte todos os clássicos da música. E el Flamenco. E a Bossa Nova. E todos os de la Movida Madrileña. No dia 23, sábado, e domingo dia 24, o Ao Teatro! oferece o palco do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita, ao Amaré Grupo de Teatro, companhia vinda do Recife (Brasil), para o encerramento da edição deste ano do certame.

Para a vereadora da Cultura de Alcobaça, Inês Silva, o “Ao Teatro! Festival promete, uma vez mais, fazer da Cultura um factor de dinamização e desenvolvimento do território”. “A aposta feita pelo Município neste projecto é demonstrativa da valorização destes instrumentos que queremos promover”, afirmou durante a conferência de imprensa de apresentação do evento realizada na semana passada, no Cine-teatro de Alcobaça.

Pombal estende festival a sete freguesias
Em Pombal, até ao dia 24 de Março, o concelho acolhe mais uma edição do seu Festival de Teatro que, este ano, conta com um total de 13 espectáculos e três oficinas, que decorrem na cidade e em sete freguesias.

Para promover a participação do público, os bilhetes das peças exibidas nas freguesias têm o preço simbólico de um euro. A organização deste festival volta a ser do Teatro Amador de Pombal (TAP) e do município. O primeiro espectáculo da edição deste ano aconteceu na sexta-feira passada com o humorista Salvador Martinha e, este ano, a organização levará nove espectáculos às freguesias naquilo que considera uma “clara aposta” na descentralização do acesso ao festival.

Assim, as freguesias de Abiul, Carnide, Vermoil, Meirinhas, Redinha, União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca e União de Freguesia de Santiago e São Simão de Litém e Albergaria dos Doze também receberão a edição deste ano do Festival de Teatro.

Em termos de destaques na programação, amanhã, sexta- feira, dia 8, a festa dos palcos continua com uma aposta de grande qualidade, com a companhia Teatro Meridional a apresentar, no Teatro-cine, a peça O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão, com texto de Eric-Emmanuel Schmitt e que assinala as duas décadas da companhia, às 21:30 horas (preço três euros).

Esta é uma história sobre uma amizade improvável entre um rapaz judeu, Moisés, e um velho merceeiro árabe. Desencontrados em culturas, religião e gerações, os seus encontros diários vão possibilitar uma transformação na vida de ambos, através da amizade. O texto valoriza o diálogo com o outro, a tolerância, o sentido da vida e até a aceitação da morte.

No mesmo local, mas no dia 15 e à mesma hora, numa co-produção entre as companhias Teatro Montemuro e Absolute Theatre, 4 Clowns do Apocalipse conta a cavalgada, até ao fim do mundo dos quatro cavaleiros do Apocalipse – Guerra, Fome, Pestilência e Morte.

Porém, quando um deles se perde pelo caminho, todos se transformam em palhaços. Uma narrativa divertida, cujos bilhetes têm um custo de três euros.

Dois dias depois, a 17 de Março, chegará ao Teatro-cine, às 16 horas, a companhia brasileira Cia. Boto-Vermelho. Na bagagem, vinda do outro lado do Atlântico, trazem João por um fio.

A peça, contada pelo colectivo fundado em 1994 pelo actor Ricardo Schöpke e pelo ilustrador Roger Mello, narra a história de um menino sonhador e solitário, que passa a vida ligado a fios reais e imaginários (preço dois euros).

A Cia. Boto-Vermelho tem desenvolvido uma pesquisa aprofundada no folclore brasileiro, adaptando-o a uma linguagem contemporânea, produzindo peças como esta. O director artístico do TAP, Humberto Pinto, destaca nesta edição as apresentações que serão realizadas no Jardim do Cardal.

“No dia 23, a companhia PIA – Projecto de Intervenção Artística apresenta Entremundos, espectáculo que nos faz imergir numa dimensão entre vivos e mortos, um espaço entre o purgatório e o limbo, onde se inicia uma viagem por um universo imaginário inspirado na morte.” Esta é uma peça com entrada livre e que se apresenta através da Artemrede, financiado pelo programa Centro 2020.

Nas freguesias, a programação regressa no sábado, dia 9, quando o TAP se apresentará no Salão da Filarmónica Vermoilense (Vermoil) às 21:30 horas, com uma versão condensada a obra de Luís de Camões, Os Lusíadas, “a grandiosa obra épica que relata os feitos heróicos dos Portugueses”… numa versão que é “mais ou menos parecida com o texto original.”
 

Gratuito
Festival Teatremos em Porto de Mós 

A 14.ª edição do Teatremos - Festival de Teatro arranca no dia 9, no Cine-teatro de Porto de Mós e estende-se até ao dia 30, sempre às 21:30 horas.

As peças em cena serão apresentadas pelos grupos de teatro locais e por grupos de teatro convidados.

A primeira peça será Nuas ou acorrentadas?, da Companhia Rituais Dell Arte (entrada gratuita), no dia 16, será o Te-Ato – Grupo de Teatro a tomar conta do palco, e, no dia 22, o Instituto Educativo do Juncal reclamará o espaço.

No dia 23, apresenta-se Um Par de Cinco e, no dia 30, o Trupêgo encerrará o festival.