Sociedade

Ministério Público arquiva inquéritos contra bispo de Leiria-Fátima por alegado encobrimento de abusos sexuais

29 mar 2025 12:19

D. José Ornelas tinha afirmado, em 2022, ao jornal Público, que não sentia que tivesse "existido negligência" da sua parte

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Ricardo Graça

Os dois inquéritos-crime contra o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, cuja investigação tinha sido iniciada pelo Ministério Público em Setembro de 2022, a partir de uma denúncia de um professor português, que esteve em Moçambique no quadro de um programa da cooperação portuguesa, durante o qual deu formação a jovens de um orfanato numa escola de padres da Congregação dos Dehonianos, foram arquivados, revela o jornal Público.

Segundo aquele diário, os processos decorriam no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e o outro começou a ser investigado pelo Ministério Público de Braga, que arquivou uma parte e remeteu a outra para o DIAP de Leiria, onde também foi determinado o seu arquivamento, refere o jornal.

A investigação surgiu através da acusação de João Oliveira, que referiu que José Ornelas tinha tido conhecimento de abusos sexuais por padres da sua congregação e nada tinha feito para que esses fossem investigados.

Em Outubro de 2022, em resposta às acusações também divulgadas pelo jornal Público, D. José Ornelas disse que cumpriu “com toda a sinceridade com os procedimentos adequados”.

O bispo de Leiria-Fátima alegava à data que, quando recebeu as denúncias dos alegados abusos, decidiu abrir “um inquérito interno” do qual não existe registo por ter sido um inquérito informal. A investigação consistiu em indagar “professores e alunos para apurar da possibilidade de existência de qualquer abuso”.

"Se tivesse surgido qualquer dúvida, uma que fosse, da possibilidade de abusos, não teria dúvidas de que teria dado instruções para que tal fosse participado às autoridades competentes”, afirmou ao Público.

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