Sociedade

Novo contrato de transportes públicos na região com pouco dinheiro para renovar frota

27 abr 2023 10:43

Contrato assinado, esta quarta-feira, prevê que a concessionária (a Rodoviária do Lis) receba 1,2 milhões de euros como "compensação por obrigações de serviço público”, ao longo dos quatros anos de vigência.

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Contrato entre Rodoviária do Lis e CIMRL foi assinado esta quarta-feira
Maria Anabela Silva
Maria Anabela Silva

Cerca de 25 milhões de euros é o valor do contrato de concessão do serviço público de transporte de passageiros na região de Leiria, assinado esta quarta-feira, entre a Comunidade Intermunicipal (CIM) e a Rodoviária do Lis, empresa do Grupo Barraqueiro que venceu o concurso.

Durante a assinatura do contrato, o administador-delegado do Barraqueiro Transportes, Martinho Costa, assumiu que esta é uma concessão que causa "grandes preocupações”, porque as verbas que lhe estão afectas" são exíguas e limitam em muito a capacidade de investimento”, nomeadamente, em autocarros novos, "mais modernos e mais amigos do ambiente".

"Sem ovos não se fazem omeletes", afirmou o administrador, que lamentou que, fora das grandes áreas metropolitanas, o transporte público seja "muito pouco financiado". "As verbas canalizadas para Lisboa e Porto são incomensuravelmente mais importantes do que para comunidades intermunicipais mais pequenas e do interior", constatou Martinho Costa, defendendo que é preciso "lutar para que haja mais financiamento para este sector", de forma a que, com mais dinheiro se possa "caminhar para uma maior e melhor oferta".

Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria e da CIM, reconheceu que "o enorme desafio" que representa o novo contrato de concessão, manifestando-se convicto que poderá ser "o primeiro passo para um próximo concurso mais ambicioso e exigente", que contemple maior investimento. Agora, "é a prudência a funcionar", afirmou o autarca, que considera que o facto de a empresa "conhecer bem o território, dá conforto e segurança" à concessão.

Válido por quatro anos, o contrato prevê uma compensação de 300 mil euros por ano a pagar pelos municípios à empresa por "obrigações de serviço público". De fora da concessão ficam os serviços de transporte municipal urbano de Leiria (Mobilis), de Pombal (Pombus) e da Marinha Grande (Tumg).