Sociedade

Obras no hospital de Leiria obrigam a transferência de actividade cirúrgica para o hospital da misericórdia e para a Clinigrande

14 out 2021 18:29

Intervenção irá aumentar a capacidade operatória e diminuir os tempos de espera por cirurgias

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Sala de cirurgia no HSA
Ricardo Graça/Arquivo

O Centro Hospitalar de Leiria, a Misericórdia de Leiria e a Clinigrande acertaram a transferência de parte da actividade cirúrgica do Hospital de Santo André, em Leiria, para o Hospital D. Manuel de Aguiar (Misericórdia) e para a clínica da Clinigrande, na Marinha Grande, devido a obras no bloco operatório.

“Esta parceria resulta da adjudicação da empreitada de remodelação e expansão do recobro do bloco operatório central do Hospital de Santo André, que terá a duração de vários meses e que condicionará grande parte da sua actividade cirúrgica”, explica, em nota enviada às Redacções, o CHL.

Segundo o CHL, “a subcontratação da actividade cirúrgica em regime de locação de instalações terá um carácter excepcional, que entra em vigor no próximo dia 1 de Novembro e termina no final de Maio de 2022”.

“Os doentes do CHL elegíveis para a realização cirúrgica programada” com a Misericórdia de Leiria e a Clinigrande “devem estar em lista de espera cirúrgica há mais de um ano, ou incluídos em episódios que ultrapassam” os tempos máximos de resposta garantidos, esclarece.

O CHL explica que devido à pandemia da Covid-19 foi elaborado “um circuito do doente cirúrgico suspeito ou confirmado Covid-19 no bloco operatório central” do hospital de Leiria “com a afetação de salas exclusivamente” para esta situação, “o que reduziu o espaço disponível para a actividade cirúrgica, conduziu a um elevado número de cancelamentos cirúrgicos, um consequente aumento da lista de espera cirúrgica e dificuldades em cumprir os tempos máximos de resposta garantidos”.

“Para aumentar a capacidade operatória, de forma a garantir o tratamento cirúrgico atempado dos doentes, o Conselho de Administração do CHL deliberou em 14 de Julho a obra de remodelação e expansão do recobro” do bloco operatório central, que “prevê a dotação de um recobro único, em vez de dois, e o aumento da capacidade de camas, passando de 10 para 15 camas, melhorando também as condições gerais do espaço que será intervencionado”, destaca a nota.

Esta empreitada, com um custo base previsto de 320 mil euros, “permitirá adaptar o bloco central para atividade em ambulatório e libertará o bloco de ambulatório para o serviço de Oftalmologia pelas especificidades inerentes”.

Por outro lado, a intervenção no bloco operatório central “possibilitará o aumento da capacidade instalada, com consequente aumento da actividade realizada em regime convencional e em ambulatório, a redução dos tempos de espera para cirurgia e a diminuição do número de doentes transferidos para outros hospitais, no âmbito do SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia]”.

O CHL adianta que o protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Leiria prevê “a utilização parcial do bloco operatório e recobro do Hospital Dom Manuel de Aguiar, para actividade cirúrgica programada, preferencialmente em regime de ambulatório, ou em regime convencional, sendo as especialidades cirúrgicas elegíveis a Cirurgia Geral, a Ortopedia e a Urologia”.

Já o protocolo com a Clinigrande também estabelece a realização de actividade cirúrgica programada, em regime de ambulatório (preferencialmente), ou em regime convencional.

As duas entidades cedem ainda ao CHL o direito de utilização de até 12 camas para recobro/internamento dos doentes intervencionados.

“O plano de utilização das salas operatórias é definido e comunicado semanalmente pelo CHL” àquelas entidades que “deverão assegurar às equipas de cirurgiões e anestesistas do CHL todas as condições físicas e materiais necessários à adequada realização da atividade cirúrgica”, bem como todos os “cuidados necessários de enfermagem e apoio dado por assistentes operacionais aos doentes”.

Será a equipa cirúrgica do CHL a assegurar o pré e pós-operatório dos doentes, assim como a alta “e, em caso de internamento, a visita diária e seguimento médico do utente intervencionado, tal como presta toda a informação clínica aos doentes e familiares”.