Sociedade
Operação Suini-factura constitui dez arguidos e apreende 4,2 milhões de euros
Empresário de Leiria é suspeito da prática de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos
No decurso da Operação Suini-factura, dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério
Público, foram constituídos dez arguidos: seis pessoas colectivas e quatro pessoas singulares e levou à apreensão de 4,2 milhões de euros.
Segundo uma nota publicada hoje na página do DCIAP, neste inquérito investigam-se factos susceptíveis da prática de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos no sector da produção, comércio e abate de suínos.
No âmbito da operação realizaram-se 24 buscas em sedes de sociedades e instalações pecuárias, veículos automóveis, habitações e agências bancárias nas zonas de Leiria, Tomar, distrito de Santarém, e Montijo, distrito de Setúbal.
As diligências foram desencadeadas a 30 de Junho de 2020 e levaram à apreensão de cerca de 4,2 milhões de euros, assim como de um “vasto acervo documental, na sua grande maioria com relevância fiscal”.
Segundo a notícia avançada pela SIC, que revela que uma das empresas envolvidas é a Suinicomércio, sediada no Janardo, concelho de Leiria, que pertence ao mesmo proprietário da Ribasabores, localizada em Tomar e que está também a ser investigada no âmbito desta operação.
De acordo com a informação recolhida pela SIC, as empresas em causa serão suspeitas de comercializar animais vivos sem a respectiva factura, lesando o Estado em sede de IRS e IRC, de alterar a origem da carne e de recorrer a mão-de-obra ilegal.
O processo é dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal com a coadjuvação da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e Ações Especiais (DSIFAE) da Autoridade Tributária e Aduaneira, e a colaboração activa da PSP.
A operação desenrolou-se, na terça-feira, com a colaboração do Departamento de Investigação Criminal e dos Comandos Distritais de Leiria e Santarém.
Nestas diligências estiveram envolvidos dois magistrados do Ministério Público, 21 inspectores da DSIFAE, oito peritos do Núcleo de Informática Forense da autoridade tributária e 32 elementos daqueles organismos da PSP, bem como um magistrado judicial do Tribunal Central de Instrução Criminal, a par de inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
As investigações prosseguem sujeitas a segredo de justiça.