Viver
Palavra de Honra | “Como era bom acreditar que tudo se resolvia com um abraço da mãe ou um chocolate quente”
Melanie Santos, triatleta

Já não há paciência… para conversas que parecem entrevistas de emprego disfarçadas. Onde estiveste, o que fazes, qual é o teu plano para daqui a cinco anos.
Detesto… aquela mania de dizer “só mais um episódio” às duas da manhã e depois acordar a achar que fui atropelada por um camião chamado Netflix.
A ideia… era manter tudo simples. Mas depois vieram os sentimentos, as notificações, as decisões impulsivas e a vontade de mudar de vida às segundas-feiras.
Questiono-me se… as plantas sabem que lhes falamos. E se sim, será que nos julgam pelos monólogos existenciais?
Adoro… silêncios que não incomodam. Rir até doer a barriga. Gente com alma.
Lembro-me tantas vezes… de como era bom acreditar que tudo se resolvia com um abraço da mãe ou um chocolate quente. Às vezes ainda acho que se resolve.
Desejo secretamente… ter um dia inteiro sem responsabilidades, sem culpa, sem “tenho de”. Só eu, um bom disco e um sofá onde cabe o mundo todo.
Tenho saudades… do tempo em que os verões sabiam a areia, sal e liberdade. E a única decisão difícil era escolher entre gelado de morango ou chocolate.
O medo que tive… quando oiço “precisamos de falar” e não sei se vem uma declaração de amor ou um apocalipse relacional.
Sinto vergonha alheia… de quem diz “influencer” como se fosse um cargo na ONU. Calma, é só um tutorial de skincare com ring light.
O futuro… assusta-me e fascina-me na mesma medida. É uma folha em branco com manchas de café e rabiscos de esperança.
Se eu encontrar… a versão de mim que não se importava com o que os outros pensam, dou-lhe um high five.
Prometo… ouvir mais. Falar menos. Julgar devagar. E comer aquele pastel de nata sem remorsos.
Tenho orgulho… nas vezes em que tive medo, mas fui na mesma. E nas pessoas que ficam, mesmo quando o nosso mundo está todo ao contrário.