Palavra de Honra | É tão importante fazer perguntas como saber escutar
Viver
Palavra de Honra | É tão importante fazer perguntas como saber escutar
8 jan 2023 10:50
Liliana Borges , jornalista
- Já não há paciência ... para machistas. Se há coisa que me tira do sério são pessoas que têm máquinas do tempo guardadas na despensa lá de casa e que gostam de viajar até ao ano 1500 para trazer visões retrógradas sobre os papéis que são esperados consoante o género de cada um. Cheiram a mofo. Actualizem a versão da App: "Como Não Ser Idiota".
- Prometo… não olhar com condescendência para gerações futuras. É tão importante fazer perguntas como saber escutar. E é impressionante o que podemos aprender se não empinarmos o nariz.
- Detesto... cozido à portuguesa. Correndo o risco de me ver retirada a nacionalidade, é uma confissão que aqui deixo. E também não sou fã de bacalhau. Pronto, expulsem-me do país de vez. Mas saibam que graças à educação da minha mãezinha como tudo o que for posto no prato.
- A ideia… é pelo menos não deixar isto pior do que encontrei.
- Questiono-me se... estaremos no caminho mais eficaz para conquistar a justiça social, a meritocracia e o feminismo em pleno. Mas também me questiono se há de facto uma ordem para pôr o leite nos cereais (ou os cereais no leite).
- Adoro… uma noite de Verão com céu estrelado. O dia inicial é inteiro e limpo, dizia Sophia de Mello Breyner Andresen. Mas por vezes a noite também.
- Lembro-me tantas vezes… de ir ao desaparecido cinema da antiga Zara com as minhas amigas de infância. O José Lúcio era ali ao lado, mas aquele tinha qualquer coisa de especial. Felizmente a Cultura resiste.
- Desejo secretamente… que o teletransporte seja descoberto nos próximos 20 anos: era mais prático para todos e fazia maravilhas à crise climática.
- Tenho saudades... de comer uma Sandes à 32. Ir lambuzar-me naquele que é o verdadeiro selo gastronómico da cidade tornou-se um ritual sempre que visito a minha família em Leiria. Que me perdoem as brisas do Liz.
- O medo que tive… quando fiz 30 anos. Depois percebi que a idade é só mesmo um número e que eu tenho mesmo medo é de matemática.
- Sinto vergonha alheia... de quem se leva demasiado a sério. Mas perco sempre no jogo do sério.
- O futuro… nunca foi tão promissor e entusiasmante como agora. Discutimos ideias e desconstruirmos dogmas, tiramos coisas de caixinhas. Sou uma optimista irritante. Mas só às quartas-feiras.
- Se eu encontrar… o Bo Burnham na rua convido-o para jantar. E levo-lhe uma Sandes à 32.
- Tenho orgulho... nos meus pais. Eu sei, é lamechas, mas é o que é. E acho que eles não têm verdadeiro entendimento disso e esta é uma bonita forma de o descobrirem.