Viver
Palavra de Honra | “Tenho orgulho em ainda acreditar que as palavras mudam alguma coisa”
Carolina Chora, gestora de comunicação

Já não há paciência... para hipocrisia e falsos moralismos. Há quem se encante em proclamar as palavras do amor e da empatia como se fossem evangelhos modernos, mas depois tropece na prática e revele o contrário. Fala-se de compaixão como quem cita uma frase feita, mas esquece-se o gesto mínimo que a confirma.
Detesto... o apoio silencioso ao fascismo.
A ideia... de que um dia podemos viver mais devagar fascina-me. Poder ser activos em sociedade sem uma ideia de produtividade (nos termos em que genericamente a conhecemos).
Questiono-me se... vou viver o suficiente para perceber que, algures no universo infinito, existe uma versão minha que já encontrou todas as respostas.
Adoro... sentir o quentinho do sol na cara com uma imperial fresca na mão.
Lembro-me tantas vezes... da primeira vez em que pensei na morte e, de repente, um “porquê?” tornou-se difícil de responder. Foi como se, num instante, o chão confortável da infância se abrisse e revelasse um vazio impossível de medir. Percebi que nunca haveria respostas prontas, nem certas, nem verdades absolutas. Só um caos de emoções com que todos aprendemos a viver à nossa maneira.
Desejo secretamente... que inventem um ginásio onde se fique em forma só de pensar em ir.
Tenho saudades... do aborrecimento das férias de verão entre anos escolares.
O medo que tive... da primeira vez que actuei com Esquerda!
Sinto vergonha alheia... de quem não tem livros em casa.
O futuro... tem que ser vivido em comunidade.
Se eu encontrar... quem inventou a ideia de grupos de WhatsApp familiares, tenho umas notas a dar-lhe.
Prometo... não prometer nada.
Tenho orgulho... em ainda conseguir acreditar que as palavras mudam alguma coisa.