Sociedade
“Para que os nossos avós cheguem ao próximo Natal, se calhar, é necessário que, neste Natal, não estejamos juntos”
Bispos esperam dos políticos, “sentido de equilíbrio”, para evitar que se morra “do vírus ou da sua cura”
“Para que os nossos avós cheguem ao próximo Natal, se calhar, é necessário que, neste Natal, não estejamos juntos.”
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse ontem, em Fátima, que as celebrações deste ano da quadra natalícia terão de ser restringuidas ao núcleo familiar quotidiano.
“Não pode ser a grande família”, admitiu D. José Ornelas, que, segundo a Agência Ecclesia, defendeu um maior cuidado para com as "pessoas mais fragilizadas".
O bispo de Setúbal reforçou a ideia de que a sociedade deve aceitar a necessidade de “contenção”, se o cenário assim o exigir, porque haverá “outras ocasiões” e o importante é “ultrapassar a pandemia”.
O responsável não traçou cenários futuros e afirmou que a maior preocupação da Igreja Portuguesa é a celebração “em casa”, com a intenção de fazer “tudo o que for necessário para defender a vida”, perante a ameaça da Covid-19, mas que é importante ter a “liberdade de celebrar na igreja”.
D. José Ornelas adiantou que espera haver, da parte dos decisores políticos, “sentido de equilíbrio”, para evitar que se morra “do vírus ou da sua cura”.
O presidente da CEP sublinhou que é “seguro” celebrar nas igrejas católicas, lembrando que as comunidades têm implementado normas “específicas”, acertadas com a DGS, que tornam muito difícil “ser contagiado” nas celebrações.
“Não brincamos com a saúde das pessoas. Fazemos tudo para que seja seguro vir celebrar na igreja”, disse o bispo de Setúbal, acrescentando que, mesmo assim, não pode "assegurar que não advenha daí contágio".