Sociedade
Politécnico de Leiria: falta estacionamento ou há carros a mais?
Parques | Os estudantes do campus 2 do Politécnico de Leiria reclamam mais lugares de estacionamento. A presidência do instituto defende um espaço mais verde e com preocupações pelo ambiente.
Os estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e da Escola Superior de Educação de Leiria (ESSLei) reclamam mais e melhores lugares de estacionamento no campus 2 do Instituto Politécnico de Leiria.
O pedido não está nas prioridades da presidência, que defende políticas ambientais e sugere uma mudança de cultura de mobilidade, com o carro a ficar de lado. A falta de estacionamento é um problema antigo e muito reclamado pelos estudantes, que criticam a falta de lugares e as reduzidas dimensões dos mesmos que têm provocado danos em muitos dos automóveis dos alunos.
Leia aqui a segunda parte do artigo
- Politécnico de Leiria suspende aquisições por falta de orçamento
O campus 2, situado no Morro do Lena, no Alto do Vieiro, parece longe do centro da cidade, mas está muito mais perto do que muitas universidades noutros pontos do País. Se há uns anos a falta de transporte e de horários dos autocarros dentro da cidade era um argumento válido, actualmente, a Rodoviária do Lis disponibiliza mais do que uma linha de Mobilis para a ESTG e a ESSLei.
A linha 1 tem mesmo horário alargado até depois da meia-noite, o que permite aos alunos do regime nocturno poderem usufruir dos transportes públicos. Mesmo quem não mora na cidade e vem de outros concelhos vizinhos, tem a possibilidade de estacionar o veículo na periferia e apanhar o autocarro para o campus 2.
O IPLeiria disponibiliza ainda bicicletas eléctricas e uma plataforma de partilha de carros – que parece ser desconhecida de quase todos –, na qual os estudantes se podem inscrever para utilizarem o mesmo veículo para o campus 2.
É, sobretudo, com base nestes argumentos que Rui Pedrosa, presidente do IPLeiria, considera que “não há falta de estacionamento”, embora admita que a “questão da mobilidade tem que ser melhorada”.
“É algo que está identificado e há questões importantes relacionadas com a mobilidade que são multifactoriais. Naturalmente que os transportes públicos podem e devem ser melhorados. Ainda este ano civil, pouco tempo depois de ter tomado posse, tive uma reunião com a direcção da Rodoviária do Lis para percebermos o que pode ser melhorado e vamos continuar a ter esta relação pensando na melhoria permanente e na adaptação do serviço às necessidades da nossa comunidade, em particular dos estudantes”, explica.
O responsável lembra que, além do Mobilis, existe ainda o Gira Batalha, linha que faz o trajecto entre aquele concelho e Leiria. Rui Pedrosa destaca ainda o projecto U-Bike, que disponibiliza 220 bicicletas.
EM DESTAQUE
“A autarquia tem de criar bolsas de estacionamento fora do campus, onde os estudantes possam estacionar e ter autocarros a passar de 15 em 15 minutos”
Joel Rodrigues
“As bicicletas podem ser uma solução, mas no Inverno não é tão confortável, com o frio e com a chuva e não serve quem vive longe”
Inês Santos
“É apenas simbólico, mas pretende alterar comportamentos”, reforça, ao revelar que o departamento de Engenharia Informática da ESTG, com trabalho de professores e investigadores, mas também de bolseiros de investigação juniores, desenvolvem uma plataforma de carpooling, “que permite aos estudantes e à comunidade académica partilhar carro”.
Melhorar hábitos e comportamentos
Rui Pedrosa insiste que o futuro terá de passar por slterar os hábitos e comportamentos, ainda muito ligados ao uso do automóvel individual. “Num tempo em que caminhamos para que o automóvel seja cada vez mais um serviço, ninguém ia entender que, no século XXI, uma instituição de ensino superior pública, que tem de dar sinais do tempo, possa fazer um grande investimento - dinheiro público - no aumento de lugares de estacionamento. Há sim que melhorar a mobilidade e qualidade de quem habita os nossos campi.”
Apesar de não depender da presidência do IPLeiria, Rui Pedrosa afirma que vai empenharse para garantir alternativas de estacionamento fora do campus, melhorar a circulação rodoviária e ter mais modos suaves de funcionar, como a utilização de veículos eléctricos (bicicletas ou outros) e a partilha de carro.
“Vamos continuar a conversar com a Rodoviaria do Lis e perceber como podemos ter políticas de estímulo à utilização de transportes públicos. Por vezes, é preciso fazer algum investimento para melhorar as condições de acesso aos transportes públicos dos nossos estudantes. Pode passar por uma campanha de benefícios para os alunos, que se sintam, assim, estimulados a utilizar o autocarro e isso entre na sua rotina e nos seus hábitos.”
Bolsas de estacionamento na periferia
Joel Rodrigues, presidente da Associação de Estudantes (AE) da
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