Viver

Praça Caffé: 20 anos vividos intensamente

20 dez 2025 10:52

Bar, café de bairro, noite e dia, há duas décadas. Para celebrar hoje com a receita do costume: “dançar, rir, brindar”

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Daniel Caseiro e Carlos Dinis
Ricardo Graça

Para a festa deste sábado, 20 de Dezembro, os DJs entram pelas 18 horas: Catarina Mamede, Peter Schmeichel, Afonso Rodrigues e La Gazelle.

Celebra-se uma parte de Leiria, experienciada por diferentes credos e idades. Entre o balcão, a esplanada e a mesa de som, a cidade mostra-se como bagagem no raio-x do aeroporto e na viagem do Praça Caffé já cabem muito mais do que modas e tendências.

“Sobrevivemos a amores intensos, desamores dramáticos, amizades eternas (e outras nem tanto), copos a mais, conversas profundas às três da manhã e promessas de “só mais um”. São 20 anos de miúdos a descobrir música e graúdos a contar histórias”, pode ler-se no convite deixado nas redes sociais, um desafio que não deixa dúvidas: hoje é para “dançar, rir, brindar e ficar”, como tantas vezes nas últimas duas décadas.

Zito Camacho (anteriormente, gerente de outro estabelecimento nocturno) e Carlos Dinis (à época, empregado na indústria de moldes) fundaram o Praça em 2005 e se o primeiro já não está no projecto, o segundo continua a manter viva a ideia que os juntou: “abranger o dia e a noite”, ou seja, todo o espectro entre a torrada da manhã e a derradeira imperial, aquela que tomba gigantes.

Em 2005, “o Terreiro estava a morrer” e existia “o Cinema Paraíso, com um ambiente mais alternativo”, mas na Praça Rodrigues Lobo “não havia nada”, explica Carlos Dinis, que com Zito Camacho revolucionou a sala de visitas de Leiria, na esquina onde anteriormente tinha funcionado uma loja de electrodomésticos.

Desde a primeira hora, “um café de bairro”, em que alguns clientes aparecem “todos os dias”, no centro histórico que continua a resistir, mas, também, um bar e porto de abrigo onde desaguam o rock, a electrónica ou mesmo o hip-hop, porque “os públicos vão-se alterando” e o contexto “mudou bastante”. Nos últimos anos, até saem mais gins e cocktails, a rolar com cerveja, shots e vinho.

“Para durar 20 anos, temos de nos adaptar”, conclui Carlos Dinis, com a receita para mais duas décadas: “Sermos as melhores versões de nós próprios”.

De cliente a amigo e de amigo a gerente do turno da noite, Daniel Caseiro não tem dúvidas sobre os ingredientes que contribuem para a longevidade do Praça Caffé: “Representa um ponto de encontro de gerações. Um local descontraído e desprovido de preconceitos, que leva a uma harmonia entre diversos tipos de pessoas, crenças, gostos e opiniões. Mas onde todos se encaixam”.

Para Ana Veloso, cliente antiga e antiga funcionária, “o Praça é casa e foi colo durante muito tempo”. Um lugar de liberdade, “entre guardanapos a voar, shots de whisky, máquina de fumos, fotos desfocadas e pastéis de nata às quatro da manhã”.

Este sábado, há mais do mesmo. E ainda bem.