Sociedade
Professores acusam director do Colégio de São Miguel de perseguição
Na maioria dos casos, os docentes "forçados" a sair têm ligações de amizade com o antigo director. O tribunal já condenou o colégio de Fátima a reintegrar uma das professoras.
O Colégio de São Miguel, em Fátima, foi condenado pelo Tribunal de Trabalho de Tomar a reintegrar uma professora que, no início deste ano, tinha sido despedida “com justa causa”. Agora, aquela instância veio declarar o despedimento “ilícito”. Este não é, no entanto, um caso isolado.
Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, nos últimos anos, houve mais de uma dezena de acções interpostas em tribunal por professores que deixaram o colégio. Mas, a generalidade dos processos não chegou à fase de julgamento, terminando com um acordo entre as partes que envolveu a saída dos trabalhadores mediante o pagamento de uma indemnização.
Em comum, a maioria dos docentes envolvidos tem uma relação próxima com o antigo director da instituição, a quem foi movido um processo judicial pela actual direcção (ver caixa). Alguns, integraram a anterior equipa directiva. Há, por isso, quem fale em “perseguição”.
“Quem não alterou o discurso e se manteve leal e coerente com os seus princípios, nomeadamente, à amizade com o padre Ventura, foi dispensado, que é como quem diz, forçado a sair”, conta um antigo trabalhador, a quem chegou a ser dito que “não era bom visitar determinadas pessoas”.
Numa outra ocasião, os docentes que tinham marcado presença numa sessão onde o antigo director recebeu um prémio “foram 'convidados' pelo director a explicar a participação nesse evento”, revela.
Segundo aquela fonte, estas saídas de professores “nada têm a ver com ajustes do quadro de pessoal ao número de alunos”, mas antes com uma “estratégia” de “dispensar quem aparentemente está contra a direcção”.
“Vale a ideia de que 'se não estás connosco, estás contra nós'”, revela um antigo docente, que deixou a instituição após lhe ter sido movido um processo disciplinar “sem qualquer fundamento legal”, o que o levou a interpor uma acção contra o colégio.
O processo não avançou para julgamento, porque a instituição aceitou pagar-lhe “todos os direitos” e ele optou por sair. É, aliás, assim que tem terminado grande parte das acções movidas por estes professores contra o colégio.
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