Economia

Região trabalha na produção de fornos industriais a hidrogénio, electricidade e biometano

20 jun 2024 09:00

Esforço está ser feito através de uma Agenda Mobilizadora e integra empresas como a Induzir, da Batalha, a PRF, de Leiria, e ainda do sector da cerâmica, sendo liderado pela Vista Alegre Atlantis

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CTCV avalia a influência dos novos combustíveis na cozedura das matérias-primas
Ricardo Graça/Arquivo
Jacinto Silva Duro

O Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) está a trabalhar com empresas da região para desenvolver protótipos de fornos industriais, alimentados a hidrogénio, biometano e electricidade, para os sectores da cerâmica e do vidro.

A investigação tem como fim reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e acelerar a descarbonização da indústria a partir de fontes renováveis.

O director-geral António Baio Dias explica que o CTCV está a colaborar no desenvolvimento de fornos e misturadores de gás para introduzir hidrogénio como combustível em unidades de produção.

O esforço está ser feito através de uma Agenda Mobilizadora, no âmbito do PRR, e integra empresas como a Induzir, da Batalha especializada no fabrico de fornos de estúdio e em túnel, e a PRF, que desenvolve tecnologia, engenharia, construção, operação e manutenção de equipamentos para o sector do gás combustível.

O consórcio integra ainda empresas do sector da cerâmica e é liderado pela Vista Alegre Atlantis.

“Estamos a desenvolver fornos para a cerâmica, com queimadores preparados para hidrogénio, biometano e alimentação híbrida com electricidade”, resume o responsável.

O CTCV avalia a influência das novas formas de produzir cerâmica, analisando o comportamento dos produtos – analisando as suas características físicas e químicas e a sua alteração relativamente à cozedura tradicional e qual o impacto dos novos combustíveis no processo.

O centro tecnológico sugerirá afinações, quando necessário. “Já temos um forno adaptado para hidrogénio e electricidade e estamos também a dosear a introdução de hidrogénio com gás natural.”

No final do processo, a Induzir irá comercializar os fornos e a PRF irá comercializar os misturadores de gás.

O CTCV está também a desenvolver roteiros para a descarbonização da indústria.

“Identificamos soluções que possam ser usadas na cerâmica, no vidro e na pedra.”

Em Leiria, a geração de electricidade através de uma central alimentada a biometano, um gás renovável, será “uma mais-valia”.

Por um lado, diminui o défice energético e, por outro, ajuda a resolver, em parte, o problema provocado pela agropecuária.