Sociedade
Responsabilidade social: mais do que um encargo, um investimento no futuro
Confrontadas com os desafios de um mercado em constante mudança, são cada vez mais as empresas que incorporam na sua actuação práticas de responsabilidade social, conscientes de que esta é passível de se revestir de um valor económico directo
Integração voluntária de preocupações sociais e ambientais nas suas operações e na interacção com outros. Esta é a definição de responsabilidade social das empresas apontada pelo Livro Verde CE, documento onde se lê que através dela “é possível adoptar uma abordagem inclusiva do ponto de vista financeiro, comercial e social, conducente a uma estratégia a longo prazo que minimize os riscos decorrentes de incógnitas”.
A responsabilidade social deve, por isso, “ser considerada como um investimento e não como um encargo”. É assim que ela é vista pelos responsáveis a Yudo, empresa com fábrica na Marinha Grande, que distribui 15% dos lucros pelos trabalhadores.
Estes beneficiam de seguro de saúde, que inclui dentista para eles e suas famílias. Se tiverem de fazer um tratamento que não esteja coberto pela apólice, a empresa empresta-lhes dinheiro, se precisarem.
Há médico na empresa e no início do próximo ano deverá entrar em funcionamento um refeitório onde poderão almoçar por um preço simbólico. O que é que a empresa ganha com esta política de responsabilidade social?
Trabalhadores satisfeitos
“Todos os anos fazemos um inquérito de satisfação. No ano passado os resultados foram de 82%, este ano atingiram os 87%”, explica José Dantas. “Um trabalhador satisfeito chega a horas, produz mais, não comete erros. Isto contribui para uma maior produtividade, para clientes satisfeitos e para mais lucros.
É um círculo virtuoso”, diz o director-geral da Yudo para a Europa. “Uma empresa é uma cadeira com três pernas: clientes, fornecedores e colaboradores. Se uma destas pernas não estiver bem a cadeira não se aguenta”.
Motivação dos colaboradores, aumento do espírito de equipa e interajuda, menor rotatividade e consequentemente maior produtividade são igualmente os benefícios resultantes da política de responsabilidade social apontados por Sónia Calado, administradora da DRT.
A empresa de Leiria entende que “a chave do sucesso reside nos seus funcionários”, pelo que adoptou uma série de medidas para os “mimar”. Entre eles, a disponibilização de serviços médicos, a possibilidade de, quinzenalmente, usufruírem de tratamentos de fisioterapia/massagem nas instalações da empresa (serviço alargado aos familiares) e a existência de um refeitório com cozinha própria onde podem fazer as refeições a preço simbólico.
Por outro lado, são promovidas acções que visam o apoio à comunidade. Em 2012 foi criada na empresa a Brigada Faz, que desenvolve várias iniciativas. Este ano, por exemplo, juntou-se à Missão 24 com o objectivo de requalificar o internato masculino de Leiria e “contribuir para o bem-estar das crianças e jovens que lá habitam”, explica Sónia Calado.
A inCentea é outras das muitas empresas da região que já adoptaram uma política de responsabilidade social.
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