Sociedade

Responsabilidade social: mais do que um encargo, um investimento no futuro

5 nov 2015 00:00

Confrontadas com os desafios de um mercado em constante mudança, são cada vez mais as empresas que incorporam na sua actuação práticas de responsabilidade social, conscientes de que esta é passível de se revestir de um valor económico directo

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Raquel de Sousa Silva

Integração voluntária de preocupações sociais e ambientais nas suas operações e na interacção com outros. Esta é a definição de responsabilidade social das empresas apontada pelo Livro Verde CE, documento onde se lê que através dela “é possível adoptar uma abordagem inclusiva do ponto de vista financeiro, comercial e social, conducente a uma estratégia a longo prazo que minimize os riscos decorrentes de incógnitas”.

A responsabilidade social deve, por isso, “ser considerada como um investimento e não como um encargo”. É assim que ela é vista pelos responsáveis a Yudo, empresa com fábrica na Marinha Grande, que distribui 15% dos lucros pelos trabalhadores.

Estes beneficiam de seguro de saúde, que inclui dentista para eles e suas famílias. Se tiverem de fazer um tratamento que não esteja coberto pela apólice, a empresa empresta-lhes dinheiro, se precisarem.

Há médico na empresa e no início do próximo ano deverá entrar em funcionamento um refeitório onde poderão almoçar por um preço simbólico. O que é que a empresa ganha com esta política de responsabilidade social?

Trabalhadores satisfeitos
“Todos os anos fazemos um inquérito de satisfação. No ano passado os resultados foram de 82%, este ano atingiram os 87%”, explica José Dantas. “Um trabalhador satisfeito chega a horas, produz mais, não comete erros. Isto contribui para uma maior produtividade, para clientes satisfeitos e para mais lucros.

É um círculo virtuoso”, diz o director-geral da Yudo para a Europa. “Uma empresa é uma cadeira com três pernas: clientes, fornecedores e colaboradores. Se uma destas pernas não estiver bem a cadeira não se aguenta”.

Motivação dos colaboradores, aumento do espírito de equipa e interajuda, menor rotatividade e consequentemente maior produtividade são igualmente os benefícios resultantes da política de responsabilidade social apontados por Sónia Calado, administradora da DRT.

A empresa de Leiria entende que “a chave do sucesso reside nos seus funcionários”, pelo que adoptou uma série de medidas para os “mimar”. Entre eles, a disponibilização de serviços médicos, a possibilidade de, quinzenalmente, usufruírem de tratamentos de fisioterapia/massagem nas instalações da empresa (serviço alargado aos familiares) e a existência de um refeitório com cozinha própria onde podem fazer as refeições a preço simbólico.

Por outro lado, são promovidas acções que visam o apoio à comunidade. Em 2012 foi criada na empresa a Brigada Faz, que desenvolve várias iniciativas. Este ano, por exemplo, juntou-se à Missão 24 com o objectivo de requalificar o internato masculino de Leiria e “contribuir para o bem-estar das crianças e jovens que lá habitam”, explica Sónia Calado.

A inCentea é outras das muitas empresas da região que já adoptaram uma política de responsabilidade social.

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