Saúde

Tem um problema de saúde e precisa de ajuda ligue antes para o SNS 24

3 nov 2024 09:02

Qualquer doente que chegue a um dos serviços urgentes dos hospitais de Alcobaça, Leiria e Pombal será aconselhado a ligar para 808 24 24 24

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Doentes só são admitidos se chegarem encaminhados
Ricardo Graça

Os utentes que pensem em recorrer a qualquer urgência da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria só são admitidos se chegarem encaminhados por outros serviços de saúde.

Desde terça-feira que o projecto nacional Ligue Antes, Salve Vidas está em vigor e as urgências “só atenderão doentes com referenciação clínica ou em situações de urgência e emergência”, adianta Paula Helena, directora do serviço de urgência geral de Leiria.

A entrada nas urgências é agora garantida através da referenciação da Linha Saúde 24, Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), cuidados de saúde primários, profissionais médicos ou instituições de saúde pública ou privada.

Assim, qualquer doente que chegue a um dos serviços urgentes dos hospitais de Alcobaça, Leiria e Pombal será aconselhado a ligar para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), sendo impedido de fazer a inscrição imediata.

“O projecto-piloto Ligue Antes, Salve Vidas estabelece como regra de admissão uma referenciação prévia para a doença aguda, que se faz através da linha SNS 24, que encaminha o cidadão, conforme a gravidade: auto-cuidado, centro de saúde ou serviço de urgência”, explicou Paula Helena, ao assegurar que, se necessitar, o utente tem garantida uma consulta nos cuidados de saúde primários no próprio dia ou dia seguinte.

Nesta fase inicial, as consultas são asseguradas pelos médicos reformados ou em prestação de serviço afectos ao projecto Bata Branca. A partir do dia 12 de Dezembro, todas as unidades de saúde da ULSRL vão ter vagas destinadas aos encaminhamentos do SNS 24.

Em Leiria cerca de 30% dos doentes triados até Setembro de 2024 não são urgentes. Em Pombal verificaram-se 48,05% falsas urgências e em Alcobaça 40,62%, aponta Paula Helena, que admite ser um desafio os 100 mil habitantes sem médico de família, assim como o facto de haver concelhos com uma população muito envelhecida, que “acarreta doenças muito complexas”.

Denise Velho, directora dos cuidados de saúde primários da ULSRL, acrescenta que o próximo passo será ter consultas abertas por especialidade no hospital, sobretudo, para doentes crónicos, que sofrem uma agudização.

A urgência pediátrica está incluída neste projecto. O Governo lançou a linha SNS Criança, onde estão enfermeiros especialistas em pediatria, explicou o director do serviço de pediatria João Agro.

O pediatra adverte, contudo, que crianças menores de 12 meses devem ir à urgência. Não obstante, João Agro diz que a maioria das situações “só necessita de auto-cuidados”. Além das diferentes campanhas, que incluem envio de sms e emails, o projecto será apresentado em várias freguesias para informar os utentes dos novos procedimentos.

Nova resposta
Porto de Mós vai aderir ao Bata Branca
O Município de Porto de Mós vai aderir ao programa Bata Branca, para assegurar acesso a cuidados de saúde à população do concelho mais afectada pela falta de médicos de família. A adesão ao programa foi revelada, na segunda-feira, na apresentação do projecto Ligue Antes, Salve Vidas, já em vigor na Unidade Local de Saúde da Região de Leiria. O JORNAL DE LEIRIA pediu mais esclarecimentos ao Município de Porto de Mós, mas a autarquia remeteu a informação para depois da aprovação em reunião de câmara, o que deverá acontecer esta quinta-feira. Tendo em conta as dificuldades sentidas, é expectável que o programa venha a servir a União de Freguesias de Arrimal e Mendiga, cuja extensão de saúde está fechada, e Mira de Aire, que se debate há anos com carência de médicos. Já em vigor nos concelhos de Leiria e de Ourém, o Bata Branca assenta na contratação de médicos, em regime de prestação de serviços, com custos repartidos entre o município e a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria. A operacionalização deverá ser entregue à Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós, como acontece em Leiria e Ourém. MAS