Sociedade

Usavam cartões oferecidos em festivais para burla ‘Olá pai, olá mãe’

10 jul 2024 16:52

Operação da Judiciária, em Lisboa, levou à indiciação de mais cinco pessoas e três empresas

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Iniciada em Agosto do ano passado, a investigação do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária (PJ) relacionada com o esquema de burlas ‘Olá pai, olá mãe’, praticado através da rede social WhatsApp, deu mais um passo para o desmantelamento de uma estrutura criminosa, após a realização de buscas em domicílios e empresas da zona Lisboa.

Segundo revelou a PJ esta quarta-feira, as diligências efectuadas em várias lojas de uma área comercial do centro de Lisboa e em duas casas na margem sul, permitiram a apreensão de 1.300 cartões SIM e a constituição de oito arguidos no processo – cinco em nome individual e três em nome colectivo.

Esta operação, designada “Cartões sem Rasto”, surge na sequência de uma outra, desencadeada em Maio último, quando foi detido um homem, que seria o responsável pela difusão das mensagens enviadas para as potenciais vítimas. O suspeito, que está em prisão preventiva, tinha na sua posse um conjunto de sete modem’s, cada um com 32 portas, que operavam em simultâneo 224 cartões SIM.

Na ocasião, a PJ apreendeu ainda cerca de 8.500 cartões telefónicos, 1.500 já utilizados e 7.000 por utilizar, e concluiu que o detido teria já usado cerca de 43.000 cartões, entre Maio e Novembro de 2023, que vitimaram largas centenas de pessoas em todo o País.

Agora, os investigadores concluiram também que a rede, constituída por vários cidadãos estrangeiros, aproveitava os cartões SIM oferecidos por uma operadora telefónica em festivais de música e museus, para a abertura de contas WatsApp e expedição de mensagens de forma massiva.

O esquema de burlas informáticas “Olá Pai/Olá Mãe” consiste na abordagem de vítimas por via do WhatsApp (com mensagens escritas), com o propósito de as convencer que os seus filhos perderam o respetivo telefone, estando por isso a utilizar um número provisório. Estabelecido o contacto, os autores dos crimes fazem pedidos de pagamentos.