Desporto

Ver história a acontecer com a bifana na mão

4 jan 2018 00:00

A essência do futebol, com todos os ingredientes, tomou conta, no passado sábado, das Caldas da Rainha. Já conhecido por Mini Jamor, dadas as semelhanças com o Estádio Nacional, o Campo da Mata foi palco de uma jornada histórica.

Fotografia: Ricardo Graça
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Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
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Fotografia: Ricardo Graça
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Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça

O trinado dos pássaros na Mata Rainha Dona Leonor começou a ser interrompido às nove da manhã, quando as primeiras pessoas compareceram no campo da bola para montar o estaminé.

O dia prometia ser de luz, apesar de o sol estar escondido entre densas nuvens. Pelo menos não havia previsão de chuva que pudesse pôr em causa a farra.

A festa do futebol, a Taça de Portugal, juntava dois clubes históricos do País. A Académica, a Briosa, o clube dos estudantes, visitava o Caldas Sport Clube, emblema que nos anos 50 do século passado militou no principal escalão do futebol português, em jogo a contar para os oitavos-de-final da competição.

O favoritismo era dos convidados, mas os da casa queriam continuar a surpreender. E se já tinham eliminado o Arouca, do segundo escalão do pontapé na bola, por que não haveriam de afastar uma equipa de semelhante nível?

José da Silva, ex-atleta do Caldas na altura em que o Campo da Mata “era dos melhores pelados do Campeonato Nacional”, foi dos primeiros a assomar. “Cheguei pouco passava das nove, para deixar o petisco e o fogareiro.”

“Foi diferente, muito emocional, bonito de se ver e de viver com os meus colegas. É um dia para não esquecer, em que contámos com o apoio de oito ou nove mil pessoas, que nos deram força”

Na mesa discute-se os jogos gloriosos, as exibições de luxo e os golos lendários de outros tempos, mas também as chances de passar em frente, os talentos de João Rodrigues e de Pedro Emanuel.

“Estou com um grupo de amigos, precisamente aqueles com que joguei neste clube”, explica o sócio, também presidente do Conselho Fiscal. Neste dia não há cargos, “são todos iguais”.

“É uma jornada espectacular, o ambiente é maravilhoso e até ao final acredito que vamos vencer. Mas isso não é o mais importante, importante é o Caldas ter chegado a uma etapa desta grandeza. Se ganhar, tanto melhor.”

As mesas estavam postas. Os churrascos e os fogões a gás já debitavam calor para este dia memorável. Na altura, todos pensavam que seria inolvidável pela moldura humana, pelo convívio, pelo lento renascer de um histórico e a vitória final não era mais do que um sonho difícil. Foi por isso, sim, e por muito mais.

O panorama fazia lembrar… o Estádio Nacional. Por alguma razão o Campo da Mata ganhou o epíteto de Mini Jamor. Os recintos até são contemporâneos, de finais dos anos 20 e princípios dos anos 30 do século passado.

O último e paciente espectador só entrou na arena após a primeira meia hora de peleja, já a equipa da casa se tinha posto em vantagem. O jogo estava entretido e dividido, quando, ao minuto 19, João Rodrigues controlou de peito e rematou para o fundo das redes adversárias.

Enquadrados por frondosas matas, que proporcionam o ambiente perfeito para uns apetitosos piqueniques, no formato têm também algumas semelhanças, apesar de a arena de Oeiras estar, nos dias de hoje, em bastante melhor condição de conservação do que o de Caldas da Rainha.

E se na final da Taça de Portugal, o arroz de frango, as pataniscas de bacalhau, o pudim e o garrafão de tinto fazem parte da ementa obrigatória, por que razão não poderia haver nos oitavos-de-final umas ligeiras alterações ao menu, com as belas das bifanas - com ou sem mostarda - a feijoada, o porco no espeto e as imperiais, servidos por 36 inexcedíveis voluntários, a saciarem os estômagos dos adeptos dos dois clubes?

O ambiente era saudável de partilha. Os clubes partilham as cores e, a priori, também partilharam o fair play. “Briosa! Briosa!” A chegada da Mancha Negra, claque academista, foi brindada com um abraço dos Caldas Sector 1916 e todos os adeptos, que lentamente foram chegando ao Campo da Mata, um antigo hipódromo, conviviam em sã harmonia, de cachecol ao pescoço e cerveja na mão.

As

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