Opinião

Admirável mundo novo

12 jan 2019 00:00

Em reservas isoladas que podem ser ocasionalmente visitadas, vivem pessoas bárbaras, nascidas pelo método natural e com línguas diversas.

Roubei, sem vergonha mas com deferência, o título deste texto a Aldous Huxley, que publicou em 1932 um romance passado num futuro distópico.

Nesse mundo novo, as crianças são produzidas em úteros artificiais e programadas desde a nascença para determinadas castas. Em reservas isoladas que podem ser ocasionalmente visitadas, vivem pessoas bárbaras, nascidas pelo método natural e com línguas diversas.

O livro trata, em suma, de uma sociedade totalitária que decide o que os seus membros fazem, como fazem e o que podem pensar.

Dissidências não são toleradas – aliás, a história não acaba bem para o inconformado protagonista.

O ano de 2019 iniciou, literalmente, com a tomada de posse de Bolsonaro como presidente do Brasil.

Nos poucos dias de exercício, já ouvimos a histérica ministra da Família (que viu Jesus num pé de goiaba) a berrar “menino veste azul, menina veste rosa”, enquanto o seu séquito aplaude.

As terras indígenas estão prestes a ser entregues aos gigantes do agronegócio porque… bom, são indígenas.

Pretende-se impor os valores conservadores professados por evangélicos radicais, e a militarização da sociedade está a caminho.

Mais a norte, nos EUA, Trump insulta quem é diferente – no caso os imigrantes – com o apoio de uma larga margem da população. Procura im

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