Opinião

Aprendemos alguma coisa com as vitórias desportivas?

28 jul 2016 00:00

É evidente que esta vitórias não fazem de nós os melhores do mundo. As vitórias, como as derrotas, são sempre circunstanciais, e as circunstâncias mudam. Mas sabe bem sentirmos que somos capazes de ganhar.

Genericamente todos os portugueses sentiram um orgulho imenso com a conquista do título de campeão europeu alcançado pela primeira vez. “Ganhámos”, “somos os melhores do mundo” proclamamos, sem dúvida com exagero. “Ganhámos”! A vitória foi “nossa”… a derrota seria “deles”. O que terá permitido as vitórias recentes (no futebol com a seleção sénior e os sub-17; no atletismo com a meia maratona, o triplo salto, um terceiro lugar no lançamento do peso e outros lugares de destaque que permitiram o título por equipa; e ainda a seleção nacional de hóquei)?

É evidente que esta vitórias não fazem de nós os melhores do mundo. As vitórias, como as derrotas, são sempre circunstanciais, e as circunstâncias mudam. Mas sabe bem sentirmos que somos capazes de ganhar. Mas o que conduziu, ou pode conduzir, à vitória provável ou à derrota inevitável? Que condições e exigências teremos que criar e aceitar para conseguirmos atingir os objetivos fixados?

Afigura-se essencial a formulação clara da meta a alcançar, o conhecimento (o mais objetivo possível) dos recursos (nossos e dos outros), as condições existentes e a criar para que o objetivo se torne alcançável. Só assim poderemos, a cada momento, desenvolver níveis de confiança mais elevados, condição essencial a qualquer vitória.

Naturalmente que estas condições são mais fáceis de assumir ao nível individual do que em grupo, razão pela qual as vitórias desportivas individuais são mais comuns do que as de equipa.

Centremo-nos na equipa campeã europeia de futebol. Desde sempre foi assumido um objetivo clara e simplesmente definido; desde cedo, os responsáveis defenderam como essencial a coesão do grupo, respeitando as diferenças naturalmente existentes, e desvalorizando as tentativas (porventura bem intencionadas) dos “treinadores de bancada”, “de esplanada” ou de “redação”, promovendo ou arrasando “estrelas”, proclamando “patinhos feios”, desconsiderando uns porque são “velhos”, outros porque “muito novos” e/ou “sem valor para…”.

*Psicólogo clínico

Texto escrito de acordo com a nova ortografia
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.