Opinião

Mudar de rumo – A aceleração da mudança

19 mai 2016 00:00

Hoje, nascemos e morremos em países diferentes, temos de estar preparados para mudar de profissão uma ou mais vezes e o futuro é tudo menos previsível.

Um dos grandes desafios das sociedades modernas resulta do fenómeno da aceleração da mudança, prevista e teorizada há quarenta anos por alguns autores, em particular Alan Tofler nos seus livros O Choque do Futuro e a Terceira Vaga. Autores que trataram a questão seguinte: no passado, as pessoas nasciam e morriam geralmente no mesmo local, tinham a mesma profissão ao longo da vida e o seu futuro era relativamente previsível.

Hoje, nascemos e morremos em países diferentes, temos de estar preparados para mudar de profissão uma ou mais vezes e o futuro é tudo menos previsível. Além disso, tudo muda rapidamente à nossa volta, sejam as tecnologias, as relações e os hábitos sociais e, desejavelmente, o nosso conhecimento do mundo também muda. A incompreensão do fenómeno da mudança nas sociedades do nosso tempo conduz a três resultados, todos negativos. O primeiro resulta de os decisores, perante a maior dificuldade de prever o futuro, desistirem de o tentar fazer e limitarem a sua acção à gestão corrente. O segundo vicio é assumir, ou mesmo participar, em todas as modas que surgem sem nenhum critério prospectivo, com o resultado de a grande maioria dessas modas serem irrelevantes ou mesmo prejudiciais. Finalmente, não poucas vezes, os dirigentes, influenciados pelas mudanças à sua volta, entram num frenesim sem nexo ou utilidade, com a agravante de o fazerem sem o controlo orientador de uma definição estratégica prévia.

Ora, as modas passam e os seus seguidores, ao aceitarem sem critério essas modas, provocam o atraso das empresas e das nações relativamente a outros decisores mais avisados e mais sensíveis à definição prévia de um rumo estratégico. Assim, o bom Governo é aquele que tendo uma estratégia bem pensada e um sentido de direcção claro evita as modas e orienta a sua acção pela previsão das grandes tendências futuras, antecipando-as sempre que possível.

*Empresário

Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo