Opinião
Mudar de Rumo – Eficiência Económica
Não há dúvida de que a direita sempre procurou a eficiência económica à custa da justiça social e os governos do socialismo democrático sempre procuraram a justiça social à custa da eficiência económica.
Há algum tempo tomei conhecimento de um texto do senador brasileiro Cristovam Buarque que continha uma síntese notável: “Não há justiça social sem eficiência económica”. O conceito pareceu-me de uma clareza exemplar e corresponde ao meu próprio pensamento de que nas sociedades modernas o equilíbrio entre justiça social e eficiência económica deverá ser o objectivo estratégico central dos programas políticos do bom governo. Nomeadamente depois de um século dos mais variados modelos governativos, da esquerda e da direita, com resultados medíocres quanto ao nível de justiça social sustentável que foi conseguido.
Durante esse tempo, na generalidade das democracias ocidentais, assistiu-se à alternância no poder de governos de esquerda e de direita, em que sempre se alegou que os governos de esquerda endividavam o Estado, frequentemente a níveis insustentáveis, e os governos da direita pagavam as dívidas deixadas pelos governos anteriores da esquerda, à custa da redução dos benefícios sociais.
Não estou certo do rigor da observação, mas não há dúvida de que a direita sempre procurou a eficiência económica à custa da justiça social e os governos do socialismo democrático sempre procuraram a justiça social à custa da eficiência económica. Ou seja, muito raramente existiu ao longo do século XX um são equilíbrio entre os dois objectivos, justiça social e eficiência económica, mas foi certamente na Escandinávia que se esteve mais próximo.
*Empresário
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