Opinião

O mesmo PS de sempre

1 dez 2023 10:16

Em 2011, foi José Sócrates que nos atirou para uma situação de pré-bancarrota, depois de anos de negação do caminho para o abismo

Vivemos hoje em Portugal um tempo conturbado do ponto de vista político, com graves repercussões na vida do País e dos portugueses. Este Partido Socialista vezes demais confundiu os limites da intervenção partidária com a responsabilidade de governar Portugal, esquecendo-se de cuidar do garante dos superiores interesses colectivos, o que é o mesmo que dizer dos portugueses.

Mais uma vez vamos ter eleições antecipadas, por culpa do Partido Socialista. Importa recordar que esta prática se iniciou no longínquo ano de 2001, com o pântano de António Guterres, quando umas eleições autárquicas, sem qualquer conexão com a avaliação do Governo, serviram para que acabasse por admitir que já não conseguia controlar a máquina socialista.

Mais recentemente, em 2011, foi José Sócrates que nos atirou para uma situação de pré-bancarrota, depois de anos de negação do caminho para o abismo, tendo que ser um Governo liderado pelo PSD, com sentido de responsabilidade e de Estado, que resgatou Portugal dessa ameaça, recuperando o País muito mais rapidamente do que se esperava, como se comprovou com a antecipação da saída da troika.

Chegados a 2023, foi a vez daquele que chamam um dos mais habilidosos políticos de Portugal, António Costa, fugir do Governo usando como pretexto um parágrafo dum comunicado de imprensa da Procuradoria-Geral da República. E porque motivo surgiu esse comunicado? Bem, para lá da questão judicial, onde se terá que aguardar pelo veredicto da Justiça, a verdade é que as buscas e detenções efectuadas na residência oficial do primeiro-ministro e de pessoas muitas próximas de si, no âmbito do processo Influencer, eram motivos mais que suficientes para justificar a demissão do primeiro-ministro.

Mas será que também não contou para a decisão de António Costa, à semelhança de António Guterres e José Sócrates, a constatação da incapacidade de gerir a máquina partidária socialista, como bem ficou demonstrado nos últimos meses com mais de uma dúzia de demissões de governantes, num Governo de maioria absoluta? Já para não falar da situação completamente inusitada e confrangedora que foi consubstanciada em cenas de pancadaria nas instalações de um Ministério da República?

Por isso, talvez fosse mesmo bom, como sempre apregoou António Costa, deixar para a Justiça o que é da Justiça e para a Política o que é da Política e que por isso não se venha agora armar em vítima, pois quem tomou a decisão de se demitir, por quaisquer que tenham sido as razões, foi mesmo o António Costa e mais ninguém!