Sociedade
Ansião viveu três horas de “muito pânico" com incêndio
PJ já identificou local de ignição
O incêndio em Ansião provocou três horas de “muito pânico” na população. “Tivemos um incêndio com muita intensidade e foram três horas terríveis, de muito pânico. Vivemos momentos muito difíceis”, afirmou António Domingues.
O autarca informou ainda que terão ardido “duas ou três casas devolutas” e um “armazém com maquinaria”, na localidade de Mogadouro, uma das zonas mais afetadas pelo fogo, que teve início no concelho de Pombal.
António Domingues lamentou ainda os “poucos meios” que estavam em Ansião. “Os bombeiros estiveram no apoio às habitações, mas desmobilizaram vários meios de manhã, devido a uma avaliação que fizeram e ficaram poucos para a consolidação e rescaldo. Por volta do meio-dia, com as temperaturas elevadas, houve reacendimentos”, explicou.
“Foram três ou quatro horas de pânico. Um susto. Um cenário dantesco. Houve sempre casas em risco e só um milagre impediu que ardessem. O fogo passou mesmo entre as casas. Os bombeiros também se esforçaram para proteger as habitações”, acrescentou o presidente, que está no terreno a avaliar a situação e que teme por mais reacendimentos ao longo do dia de hoje.
Segundo António Domingues, o reforço de meios só chegou perto das 19 horas, “quando o fogo já tinha passado para o outro lado”, apesar dos pedidos insistentes desde as 13 horas.
Para o autarca, os fogos acontecem por “negligência”, como “trabalhos agrícolas que não deveriam ser feitos”, e por mão criminosa.
“A Polícia Judiciária está no terreno e já foi identificado o local da primeira ignição. Na situação em que aconteceu não pode ter sido negligência e não estava trovoada para ser resultado de uma situação natural”, referiu.
O fogo em Ansião resulta de um incêndio no concelho de Pombal, que deflagrou na sexta-feira, pelas 14:50.
Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 12:38 horas, estavam no terreno 421 operacionais, apoiados por 109 viaturas e dois meios aéreos.
Dezasseis dos 18 distritos de Portugal continental estão hoje sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o IPMA.
Os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Porto, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja vão estar até às 00:00 de quinta-feira sob aviso vermelho devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o aviso vermelho corresponde a “uma situação meteorológica de risco extremo”.