Sociedade

Autarca de Porto de Mós pede ao Estado que tire São Jorge do “limbo”

15 ago 2024 10:00

“É preciso que o Estado assuma, de forma inequívoca, que modelo pretende” para o Campo Militar de São Jorge e envolvente, afirmou Jorge Vala durante as comemorações do 639.º aniversário da Batalha de Aljubarrota

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Para Jorge Vala, "é imperioso sair do limbo a que o património e a comunidade" de São Jorge se encontram
Ricardo Graça
Maria Anabela Silva

O presidente da Câmara de Porto de Mós pediu, esta quarta-feira, às entidades estatais que tutelam o Campo Militar de São Jorge para retirarem a povoação do “limbo” em que se encontra pela falta de Plano de Pormenor e de Salvaguarda, situação que tem provocado constrangimentos ao desenvolvimento da localidade.

“Não devemos prescindir do lugar que aqui nos reúne [Campo Militar de São Jorge], mas é imperioso sair do limbo a que o património e a comunidade se encontram, sem instrumentos eficazes de valorização do monumento e sem perspectivas de desenvolvimento coerente para a localidade”, afirmou Jorge Vala, durante as comemorações do 639.º aniversário da Batalha de Aljubarrota, que se assinalou, esta quarta-feira.

Na ocasião, o autarca defendeu que o futuro de São Jorge e do Campo Militar “depende da previsibilidade assegurada por um enquadramento normativo para viabilizar acções que visem a qualidade urbana e novas oportunidades, principalmente na relação directa com a existência do campo de batalha”.

“É preciso que o Estado assuma, de forma inequívoca, que modelo pretende para este património, que todos estimamos, e que o discuta e afira com as autarquias, com a comunidade, com a Fundação Batalha de Aljubarrota e que se comprometa a estabelecer metas concretas”, pediu Jorge Vala.

Para o presidente da câmara de Porto de Mós, “é preciso vencer o impasse". "Mais do que restringir, é necessário conciliar. Mais do que impor, é preciso dialogar. Mais do que ditar, é preciso compreender, ouvir e observar dos vários ângulos e efectivar as opções que melhor conciliem o inestimável valor identitário do Campo Militar de São Jorge e o imprescindível bem-estar da população”.

Na sua intervenção, Jorge Vala deixou ainda a promessa de que o município “não falhará” a missão de restaurar a Capela de São Jorge, que recentemente passou para a tutela da autarquia, e de a integrar num circuito cultural dinâmico”. Nesse circuito, entrará também a antiga ‘Estrada real’, que foi “matriz de desenvolvimento” da povoação de São Jorge e que atravessa o campo de batalha.

Já o presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota, António Ramalho, revelou que será iniciado um ciclo de comemorações para marcar os 640 anos de Aljubarrota, que se assinalarão no próximo ano, com “uma série de eventos militares, sociais e políticos”