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Autores de Leiria juntam-se a Rui Zink, Maria Teresa Horta e Afonso Cruz nos Mapas do Confinamento

19 abr 2021 18:25

Colaborações de vários países para uma cartografia do confinamento através da cultura e da arte

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Imagem da autoria de Frankie Boy, da série The Quarantine
Frankie Boy

A cartografia do confinamento através da cultura e da arte, na iniciativa Mapas do Confinamento, que reúne criadores radicados em vários países.

Dois objectivos: por um lado, desenhar, em conjunto, os mapas do confinamento “que cada um experienciou, tanto física como emocionalmente”, por outro, acrescenta a organização, elaborar um manifesto “de revolta contra as políticas desastrosas de (des)apoio à cultura”.

O projecto reúne cerca de 130 autores, tradutores, editores, fotógrafos, ilustradores, artistas visuais, artistas e performers, entre eles, Afonso Cruz, Maria Teresa Horta, Rui Zink, Richard Zimler e Ondjaki.

Participam, também, sete nomes de Leiria: José Luís Jorge, Carla de Sousa, Frankie Boy e Sílvia Bernardino na fotografia, Ana Moderno e Paulo Kellerman na literatura e Maraia na ilustração.

Fotografia de Carla de Sousa

Nesta colaboração, Paulo Kellerman reflecte, por exemplo, sobre a liberdade, com base numa imagem de Teresa dos Santos: “A verdadeira liberdade apenas existe na mente de cada pessoa? Será uma ideia, um conceito, uma abstracção? E para que serve a liberdade conceptual na mente, se depois não se consegue materializar? O que acontece quando as liberdades de mente e corpo não estão em sintonia? Para onde nos empurraria a nossa liberdade, se nos deixássemos conduzir por ela? Para onde nos levaria? Como se dá corpo à liberdade? E se a liberdade é a única companhia que temos?”

As contribuições chegam de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé, Timor Leste e das diásporas de expressão portuguesa em França, Bélgica, Países Baixos, Reino Unido e Suíça.

Fotografia de José Luís Jorge, do portefólio Fátima Despida

O colectivo quer afirmar a ideia de que “os livros, o teatro, os museus… deveriam ser considerados bens de primeira necessidade” e considera que “os profissionais da cultura encontram-se abandonados e entregues à sua sorte”, daí que a união “numa empreitada comum poderá tornar-se também um acto de resistência”.

Traduzidos para francês e inglês, os Mapas do Confinamento contam com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris para a realização de mesas redondas como os autores do projecto, que serão transmitidas nas redes sociais, numa primeira fase, até Julho de 2021.