Viver

Barca do Inferno edita livros sobre Rodrigues Lobo e avieiros

27 nov 2021 10:32

Leiria pelos olhos de um dos seus maiores poetas e as migrações da Vieira

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Rui Pedro Lourenço
Ilustração
Jacinto Silva Duro

A Barca do Inferno, editora de Leiria, prepara-se para lançar mais dois novos livros destinados aos mais novos.

O primeiro é uma homenagem a Francisco Rodrigues Lobo, poeta nascido em Leiria, e dá pelo título de O tamanho do mundo. Como Francisco Rodrigues Lobo fez crescer Leiria.

O texto é de Luís Mourão e as ilustrações de Rui Pedro Lourenço.

O segundo, resulta de uma ideia antiga de Mafalda Brito e Rui Pedro Lourenço, fundadores da editora, que queriam dar voz e memória às antigas comunidades de avieiros que, todos os anos, quando o Atlântico se tornava mais dado àquelas fúrias invernais, capazes de destroçar homens, barcos e redes, levavam as embarcações, as famílias e os magros pertences para as águas mais calmas do Tejo.

Regressavam, costa acima, a tempo da chegada da Primavera. O tamanho do mundo. Como Francisco Rodrigues Lobo fez crescer Leiria resulta de um desafio lançado pela autarquia de Leiria, que encomendou o livro para assinalar os 400 anos da morte de Rodrigues Lobo.

“É a história da infância do poeta, na cidade. O Luís Mourão escreveu o texto a partir da poesia e das descri- ções da flora e da geografia dos rios Lis e Lena”, explica Mafalda.

A acompanhar as ilustrações e as descrições da pequena Leiria, aninhada entre o Lis e a encosta do castelo, há notas de Mafalda Brito que contextualizam a descrição do ambiente da época, pelos olhos do jovem Francisco.

A apresentação está marcada para 10 de Dezembro.

Em Abril, chegará o livro sobre os avieiros, pescadores da Praia da Vieira de Leiria, concelho da Marinha Grande, que, durante o Inverno, trocavam os perigos do mar pela pesca nas margens abrigadas do rio Tejo, numa migração sazonal especialmente referenciada entre o final do século XIX e meados do século XX.

Os fundadores da editora explicam que, há muito, queriam dar forma a um volume ilustrado sobre o tema, porém, após contactos com as muitas autarquias em cujo território existiu e ainda existem traços desta cultura e fenómeno migratório, a resposta foi um ensurdecedor silêncio.

A história dos avieiros começa assim: “Na família Botas Letra todos são pescadores, mesmo aqueles que não vão à pesca - os mais velhos já têm os braços demasiado cansados, os mais novos ainda não têm a força suficiente nas pernas. Mas todos vivem do peixe. Letra, só mesmo no nome. Não aprenderam a juntar vogais e consoantes para construir palavras, mas conhecem os mistérios das artes da pesca como a palma das m&a
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