Viver
Barca do Inferno edita livros sobre Rodrigues Lobo e avieiros
Leiria pelos olhos de um dos seus maiores poetas e as migrações da Vieira
A Barca do Inferno, editora de Leiria, prepara-se para lançar mais dois novos livros destinados aos mais novos.
O primeiro é uma homenagem a Francisco Rodrigues Lobo, poeta nascido em Leiria, e dá pelo título de O tamanho do mundo. Como Francisco Rodrigues Lobo fez crescer Leiria.
O texto é de Luís Mourão e as ilustrações de Rui Pedro Lourenço.
O segundo, resulta de uma ideia antiga de Mafalda Brito e Rui Pedro Lourenço, fundadores da editora, que queriam dar voz e memória às antigas comunidades de avieiros que, todos os anos, quando o Atlântico se tornava mais dado àquelas fúrias invernais, capazes de destroçar homens, barcos e redes, levavam as embarcações, as famílias e os magros pertences para as águas mais calmas do Tejo.
Regressavam, costa acima, a tempo da chegada da Primavera. O tamanho do mundo. Como Francisco Rodrigues Lobo fez crescer Leiria resulta de um desafio lançado pela autarquia de Leiria, que encomendou o livro para assinalar os 400 anos da morte de Rodrigues Lobo.
“É a história da infância do poeta, na cidade. O Luís Mourão escreveu o texto a partir da poesia e das descri- ções da flora e da geografia dos rios Lis e Lena”, explica Mafalda.
A acompanhar as ilustrações e as descrições da pequena Leiria, aninhada entre o Lis e a encosta do castelo, há notas de Mafalda Brito que contextualizam a descrição do ambiente da época, pelos olhos do jovem Francisco.
A apresentação está marcada para 10 de Dezembro.
Em Abril, chegará o livro sobre os avieiros, pescadores da Praia da Vieira de Leiria, concelho da Marinha Grande, que, durante o Inverno, trocavam os perigos do mar pela pesca nas margens abrigadas do rio Tejo, numa migração sazonal especialmente referenciada entre o final do século XIX e meados do século XX.
Os fundadores da editora explicam que, há muito, queriam dar forma a um volume ilustrado sobre o tema, porém, após contactos com as muitas autarquias em cujo território existiu e ainda existem traços desta cultura e fenómeno migratório, a resposta foi um ensurdecedor silêncio.
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