Sociedade
Câmara de Óbidos compra convento de São Miguel por 1,1 milhão de euros
Município justifica aquisição de imóvel nas Gaeiras, que era propriedade da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), por se tratar de um património "riquíssimo" e com "enorme potencial".
A Câmara de Óbidos vai comprar o Convento de São Miguel, nas Gaeiras, à Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM). A aprovação da alienação do imóvel por 1,1 milhão de euros, a pagar em dez anos, foi tomada na última Assembleia Intermunicipal da OesteCIM.
Citado num comunicado da autarquia, Filipe Daniel, presidente da câmara, alega tratar-se de um “património riquíssimo que justifica este investimento, não só para a sua recuperação, como para a sua salvaguarda”.
O autarca refere ainda que o imóvel tem “condições ímpares para vários projectos municipais, seja na área da museologia, do desenvolvimento comunitário, ou outras, como a do termalismo", que o município quer "explorar”.
Filipe Daniel reconhece que, além da compra, a câmara terá de fazer um “forte investimento” na recuperação do convento, mas, frisa, “quantos mais anos passassem, maior teria de ser a intervenção”.
Datado de inícios do século XVII, o edifício possui a construção típica de um convento franciscano. Em 1994, foi adquirido pela então Associação de Municípios do Oeste, que, quatro anos depois, deu início às obras de recuperação e restauro, concluídas em 2001.
Convento que foi incubadora de empresas
Entre 2009 e 2015, o convento foi utilizado como espaço de incubação, com capacidade para 10 empresas, e serviu como "rampa de lançamento" da estratégia da Obitec – Associação Óbidos Ciência e Tecnologia. Com a conclusão dos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos, em 2015, a sede da Obitec mudou para lá e o convento deixou a função de incubadora.
A par da incubação de empresas, o imóvel tem sido, ao longo dos anos, palco de várias diversas iniciativas locais, como a grande exposição de presépios das Gaeiras e eventos escolares.
O presidente da câmara está convicto que, face à "qualidade e potencial" do imóvel, a compra "valerá a pena", salientando que a proposta de pagamento em dez anos "é equilibrada e não coloca em causa outros investimentos necessários para o concelho”.