Sociedade

Câmaras da região recusam tomar conta de estradas do Estado

23 jan 2019 00:00

Vários municípios da região estão a recusar assumir a gestão de troços das estradas nacionais, uma das competências que o Estado quer passar para as câmaras

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Maria Anabela Silva

Vários municípios da região estão a recusar assumir, para já, a gestão e manutenção dos troços de estradas nacionais localizados em perímetro urbano. Alegam que o diploma sobre a transferência desta competência, até agora sob a alçada do Estado, não tem qualquer pacote financeiro associado e levanta dúvidas sobre o que “se entende por gestão”.

Na mente de alguns dos autarcas estará ainda o que aconteceu recentemente em Borba, com a derrocada de um troço de uma estrada nacional que estava desclassificado. “É preciso esclarecer bem em que condições recebemos as estradas. Será que a gestão não inclui também alguma manutenção? Se sim, com que verbas?”, questiona Jorge Vala, presidente da Câmara de Porto de Mós.

As mesmas dúvidas são levantadas por Raul Castro, que lidera o Município de Leiria e a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria. “O que é a manutenção e a gestão? Pode ser complicado avançar sem que tudo esteja devidamente esclarecido”, afirmou o autarca, no final da última reunião de Câmara, onde o executivo aprovou, por unanimidade, rejeitar competências relacionadas com as estradas, praias e justiça.

Pelo contrário, aquele Município aceitou assumir mais responsabilidades nos domínios do apoio às equipas de intervenção permanente dos bombeiros voluntários, do estacionamento público, da gestão de património imobiliário público, da habitação, da instalação e da gestão da Loja e de Espaços do Cidadão e da autorização de exploração de jogos de fortuna ou azar.

"Sem prejuízo de mais tarde podermos vir a aceitar, precisamos de clarificar melhor alguns pontos em relação à questão das praias e das estradas. Na justiça, não estamos preparados para aceitar algumas competências", frisa Raul Castro, sublinhando, no entanto, que a palavra final cabe à Assembleia Municipal, que irá reunir, em sessão extraordinária, marcada para a próxima quarta-feira, para deliberar sobre o assunto.

O mesmo acontecerá em Porto de Mós, cujo executivo deliberou, na semana passada, aceitar todas as competências já regulamentadas, com a excepção das vias de comunicação. Esta área também foi recusada pelas Câmaras de Ourém e da Nazaré.

No primeiro caso, o município aceitou todas as outras, enquanto a Nazaré apenas está disponível para, nesta fase, receber competências no domínio das praias, apoio aos bombeiros, gestão do património imobiliário público sem utilização e estacionamento público.

Pombal recusa todas

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