Economia
Carteiros da Marinha Grande avançam com greve parcial como alerta para falta de qualidade da distribuição
Trabalhadores estão exaustos e reclamam mais pessoal
Os carteiros da Marinha Grande têm agendada para a próxima segunda-feira, dia 26, o início de uma greve parcial como alerta para falta de qualidade da distribuição da correspondência, que está atrasada.
A dirigente nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), Dina Serrenho, explica que “os trabalhadores irão entrar em greve a partir do dia 26 de Outubro e até 12 de Novembro, durante duas horas diárias, se a empresa CTT não reconhecer a necessidade urgente e a integração de mais cinco carteiros”.
Dina Serrenho salienta que esta é a “única forma que os trabalhadores têm de chamar a atenção da população” para a “falta de qualidade” que o serviço começa a ter “por falta de pessoal”.
A distribuição de correio “encontra-se neste momento com um grande atraso na entrega em todo o concelho” e os carteiros “querem prestar um serviço de qualidade, o que não estão a conseguir”.
“Não têm horas de almoço, trabalham para lá do seu horário e estão exaustos. A nossa preocupação são as cartas dos hospitais ou de pagamentos. Às vezes, há um trabalho quase de ver carta a carta as prioridades, porque nos preocupamos com as pessoas. Apelamos a que reclamem junto das juntas de freguesia e da câmara”, constata ainda Dina Serrenho.
Segundo refere, a empresa CTT é “uma das melhores do mundo”, mas tem de “cumprir com o que está regulamentado no seu acordo com o Estado”, mas “para isso é preciso colocar gente e não é resolver o problema com trabalho precário”.
Para a dirigente sindical, “contratarem pessoas em regime temporário só põe em risco os postos de trabalho de quem está no quadro e não dá futuro a ninguém”.
Além disso, “essas pessoas hoje entregam correio e amanhã podem ser pintores”. Portanto “a distribuição nem sempre é bem feita e a culpa é sempre do carteiro”.
Recordando que o quadro de pessoal está “envelhecido”, com a maioria dos trabalhadores “com mais de 40 anos e 20 anos de serviço”, Dina Serrenho alertou para a importância de rejuvenescer os quadros, mas, sublinhou, “com contratações efectivas”.
“Queremos continuar a garantir os padrões de qualidade, vestimos a camisola e consideramos que a empresa tem futuro. Por isso, esta greve é uma forma de mostrar a nossa preocupação com a falta de qualidade do serviço, porque queremos trabalhar bem”, rematou.
No dia 26 de Outubro está prevista uma concentração das entre as 8 e as 9 horas em frente ao edifício dos CTT da Marinha Grande com distribuição.