Sociedade

Centros comerciais vendem o dobro das lojas de rua

8 dez 2016 00:00

Não é regra para todas, mas por norma as lojas dos shoppings vendem mais do que as da rua. Nalguns casos, duas vezes mais. Mas também implicam mais custos, porque têm horários alargados

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Raquel de Sousa Silva

Comprar no comércio de rua ou nos shoppings? A questão pode colocar-se ao longo de todo o ano, mas agora, que se aproxima a quadra natalícia, faz ainda mais sentido. Um e outro têm as suas vantagens, apontam os comerciantes ouvidos, que admitem que os estabelecimentos situados em centros comerciais vendem por norma mais do que os da rua.

“As lojas dos shoppings vendem substancialmente mais”, diz José Caixeiro, administrador da Unifato, empresa da Batalha que tem perto de 100 estabelecimentos espalhados pelo país, das marcas Mango, Giovanni Galli, Salsa, Nike, Upstyle e Ponto Negro.

O empresário aponta dois factores fundamentais para que as lojas dos centros comerciais vendam mais: por um lado, o facto de estes espaços oferecerem estacionamento grátis, maior oferta, iluminação, “tudo e mais alguma coisa para que as pessoas se sintam lá bem”; por outro, a “cultura dos centros comerciais”, que leva os portugueses a preferirem estes espaços à rua.

Em Leiria, a Unifato tem lojas das marcas Mango, Giovanni Galli e Upstyle na rua e no LeiriaShopping. Estas últimas vendem “substancialmente mais”, mas José Caixeiro prefere não quantificar. Mas são também as que têm mais custos: com pessoal, porque é preciso mais, devido aos horários alargados, e com rendas.

Nas outras cidades onde a Unifato tem lojas na rua e nos centros comerciais são também estas que vendem mais. O mesmo se passa em Lisboa, embora nesta cidade haja duas zonas que contrariam a regra: no Chiado e na Rua Augusta as vendas “equiparam-se” às dos shoppings.

“A diferença entre vendas nas lojas de rua e nas dos centros comerciais sempre existiu. Tem vindo a acentuar-se, devido à degradação do comércio de rua, onde por norma os comerciantes têm mais idade, onde não há renovação”, aponta José Caixeiro, que prevê dificuldades acrescidas para o chamado comércio tradicional se este paradigma não mudar.

Opinião contrária tem Helder Narciso, do Grupo David, que considera que a diferença nas vendas entre lojas de rua e de shoopings já foi maior.

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