Economia
Cerâmica que se ouve da Claraval expande presença nacional em Leiria
Novas peças apresentadas na Feira Ambiente serão “muito diferentes” das anteriores
As marcas São Bernardo e Claraval, da cerâmica Perpétua, Pereira & Almeida, de Alcobaça, contam com um ponto de venda em Leiria, desde o final da semana passada, na loja Mercado do Padre, uma concept store propriedade de Bruno Carvalho, “que celebra marcas locais, autenticidade e produtos que contam histórias”.
“Quisemos marcar presença em Leiria. Temos a Claraval num representante de marcas em Lisboa e, no Porto, há uma loja que também já nos adquiriu algumas peças. Em Portugal, é um trabalho que está a andar devagarinho. No mercado internacional, temos a marca Claraval, com uma colecção especí ca num dos nossos maiores clientes nos Estados Unidos. Marcamos presença em França, na Espanha, na Bélgica, na Holanda e também no Médio Oriente, onde um dos nossos melhores clientes, curiosamente, é do Líbano e iniciámos um projecto com um novo cliente do Dubai”, explicou a sócia-gerente, Elsa Almeida.
A São Bernardo é a “marca tradicional” da empresa, destinada à exportação, com design próprio ou de clientes.
A cerâmica de Alcobaça também fabrica sob private label. Já as peças com a marca Claraval resultam do desafio do designer britânico Mark Lloyd, fundador da Skopelab, à Perpétua e Almeida para empregar uma técnica inovadora de captação de sons para transformar as frequências sonoras em formas de cerâmica “uídas e harmónicas”.
O resultado foi a Colecção Mosteiro, que contou com a colaboração da vocalista dos The Gift, Sónia Tavares, que gravou a sua voz no Mosteiro de Alcobaça.
O sucesso foi tanto que a Claraval autonomizou-se do “chapéu Perpétua e Almeida – São Bernardo” e afirmou-se como marca própria.
No Mercado do Padre, Elsa Almeida, mostrou alguns exemplares da segunda colecção e anunciou mais novidades desta colaboração para Fevereiro, na Feira Ambiente, em Frankfurt.
“No ano passado, zemos uma edição a que chamamos Babies, com a mesma filosofia da da Sónia, mas com a voz da Mia Benita”, disse, apontando a presença de outra colecção – sons da natureza.
Presente na sessão, Mark Lloyd explicou que as peças contam com duas influências sonoras.
“A do rio, com ondas e movimento de frequência mais alta, e, dependendo da altura da maré, os resquícios das ondas oceânicas que entram no rio, ultrapassando o quebra-mar”.
Quanto à colecção que será mostrada na Ambiente, o designer disse que está a ser mantida “em segredo”, mas afirmou que as peças serão “muito diferentes” das anteriores.
Mark Lloyd adiantou que, o seu trabalho com cerâmica, procurou estabelecer uma “ponte entre o design tridimensional e o som”, pois ambos os campos utilizam termos semelhantes, como “tensão, ritmo e harmonia, para descrever a forma”.
“A ideia de aplicar o processo à cerâmica surgiu-me durante umas férias em Ericeira. O material era apropriado porque as formas que estava a desenvolver eram muito orgânicas e esculturais.”
A São Bernardo existe desde 1985, tendo, em 2013, sido adquirida pela recém-criada empresa Perpétua, Pereira & Almeida.
Emprega 62 colaboradores e prevê-se um volume de negócios para este ano, de dois milhões de euros.