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Companhia de Leiria leva peça de teatro a festival em Espanha

3 mar 2024 09:30

Agripina, a Menor, produção que O Nariz Teatro estreou em Setembro, vai circular em Portugal e tem apresentação marcada no Verão de Valladolid

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Interpretação de Isabel Muñoz Cardoso para uma encenação de Pedro Oliveira
Ricardo Graça

No monólogo, emerge a dinastia dos primeiros cinco imperadores de Roma. Os laços de sangue e casamento ligam Agripina a Calígula (irmão), Cláudio (tio e depois marido) e Nero (filho) e também a Augusto, o primeiro imperador romano, e Tibério, o segundo, de quem era, respectivamente, bisneta e sobrinha-neta.

Foi uma das mulheres mais poderosas da história antiga. Casou com um tio, que adoptou o filho dela, que casou com a filha dele. Terá envenenado o primeiro, terá sido morta por ordem do segundo.

Irmã de imperador, esposa de imperador e mãe de imperador, Agripina, a Menor, é a protagonista da produção que o colectivo O Nariz Teatro estreou em Setembro, encenada por Pedro Oliveira, a partir de texto de Victor Martins Sant’Anna.

O espectáculo que leva a palco uma narrativa com dois mil anos conta com interpretação de Isabel Muñoz Cardoso, actriz que desde 1995 integra elencos da companhia Artistas Unidos.

Agripina, a Menor, tem apresentação agendada no mês de Agosto, em Valladolid, no noroeste de Espanha, anunciou O Nariz.

Já no próximo sábado, 9 de Março, vai a cena pelas 21:30 horas no Espaço O Nariz Recreio dos Artistas, em Leiria.

Depois da estreia no âmbito do 28.º Acaso Festival Internacional de Teatro, no Teatro Miguel Franco, em Leiria, em coprodução com o Teatro José Lúcio da Silva e a Rede de Cineteatros Portugueses, e de ter estado também no Teatro-Cine de Pombal, durante o 11.º Encontro de Teatro de Pombal, em Janeiro, Agripina, a Menor segue para Almada em Setembro (Teatro Estúdio António Assunção) e para o Porto em Outubro (Quinta da Caverneira).

Filha de um general e político, Agripina casou pela primeira vez aos 13 anos de idade, com um primo, conheceu o luxo das elites e as agruras do exílio, mas movimentou-se sempre no xadrez da intriga e da traição.

“Não é uma coitadinha”, é “uma assassina nata”. Por vezes, “com muito poder”, outras vezes, “ostracizada e exilada”, comentou Pedro Oliveira durante uma conversa com o JORNAL DE LEIRIA, em Setembro, antes da estreia no Teatro Miguel Franco.

O espectáculo inspira-se nos relatos de historiadores da época e, segundo Pedro Oliveira, é algo que “já se faz pouco” em teatro. Só voz e palavra. “E era isso que me interessava”, conclui.