Sociedade
Comunidades de Coimbra e de Leiria criam equipa para sustentar aeroporto na região Centro
Gonçalo Lopes, que defende a abertura ao tráfego civil da Base Aérea n.º 5, em Monte Real
As comunidades intermunicipais de Coimbra e de Leiria anunciaram hoje a criação de um grupo de trabalho para sustentar um aeroporto na região Centro, a única região-plano do país sem uma infra-estrutura aeroportuária, mas não definiram uma localização.
“Defendemos a criação de um aeroporto na região Centro. Iremos constituir uma equipa de trabalho para sustentar e para defender este ponto que será consensualizado com outras comunidades intermunicipais (CIM) que vamos contactar”, afirmou o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), Emílio Torrão, no final da 2.ª cimeira das duas comunidades, que hoje decorreu em Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra.
Segundo Emílio Torrão, também presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, os contactos vão ser estabelecidos com as comunidades intermunicipais do Médio Tejo, Beiras e Serra da Estrela, Viseu Dão Lafões e Oeste.
“Não definimos qualquer lugar, nem qualquer localização”, assegurou, destacando, por outro lado, a necessidade de a região Centro não perder o comboio da alta velocidade, que considerou prioritário.
Neste âmbito, referiu que o troço Porto-Soure da alta velocidade não pode excluir a cidade de Leiria nesta primeira fase.
“Estamos muito unidos e atentos à linha de alta velocidade”, referiu o também presidente da Câmara de Montemor-o-Velho.
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), Gonçalo Lopes, que defende a abertura ao tráfego civil da Base Aérea n.º 5, em Monte Real, no concelho de Leiria, salientou que foi acertado por unanimidade entre os autarcas a importância de a região Centro ter uma infra-estrutura aeroportuária que sirva este território.
“Isso é algo que queria sublinhar e por isso saio muito contente. Saímos reforçados, porque a região Centro hoje ganhou”, considerou, defendendo que a localização de um eventual futuro aeroporto “deve ser aprofundada em futuras reuniões” com a presença de outras CIM, especificando o Médio Tejo e o Oeste, com “forte pendor turístico”.
Para Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, a localização “deverá ser sempre a mais consensual possível dentro deste território”, sob pena de esta discussão se prolongar eternamente e passarem “mais 40 anos sem se conseguir construir aeroporto nenhum”.
“Temos de estabilizar dentro de determinado tipo de padrões, posições comuns e unânimes, para podermos sair daqui fortes e unidos e não provocar qualquer tipo de desunião”, frisou, para assinalar que “este é um esforço muito grande que só se consegue na base do diálogo, do debate, dos compromissos escritos”.
Emílio Torrão rejeitou ainda que esta questão possa ser debatida “ao nível de bairrismo”, propondo partir de “peito aberto” e “forma livre” para a discussão com outras CIM.
“Não podemos condicionar os outros à nossa vontade bairrista. Temos de estar abertos a ouvir outras sensibilidades e acreditamos que juntos somos muito mais concretizadores no desígnio que queremos de um aeroporto na região Centro”, declarou.
A 2.ª cimeira entre estas duas comunidades intermunicipais decorreu no PO.RO.S – Museu Portugal Romano em Sicó e esteve inicialmente prevista para Fevereiro.
O primeiro encontro realizou-se em Ansião, distrito de Leiria, em 11 de janeiro.
Integram a CIM RC os municípios de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares.
Fazem parte da CIMRL Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.