Economia

Corbário: Compromisso com a responsabilidade ambiental e o desenvolvimento sustentável

12 jun 2024 12:04

Mais de 74% de toda a produção da empresa é encaminhada para mercados fora das fronteiras nacionais

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Luís Vieira e Carolina Mota gerem o rumo desta empresa
Fotografia: Jacinto Silva Duro
Jacinto Silva Duro

A Corbário, empresa que se dedica à extracção de argilas e caulino, ocupa a 42.ª posição entre as 50 mais exportadoras do distrito de Leiria.

Em 2022, registou 17,5 milhões de euros de volume de negócios e, destes, 10,4 tiveram como destino a UE.

O mercado extra-comunitário representa 2,6 milhões de euros do total, com um cômputo de exportações de 13,044 milhões, ou 74,1% de toda a produção da empresa a ser encaminhada para mercados fora das fronteiras nacionais.

A aposta do Grupo Corbário, que agrega outras cinco empresas, vai actualmente para a extracção, fabrico e venda de “produtos com valor acrescentado”, para os mercados interno e externo, qualidade que os sócios, Luís Vieira e Carolina Mota, acreditam será crucial para atingir importantes nichos de mercado.

O número

15

milhões de euros foi o volume de facturação, em 2023. Um valor que representa um ajuste relativamente ao montante registado em 2022

A administradora revela que, apenas a Corbário, facturou, em 2023, cerca de 15 milhões de euros.

“Um pequeno decréscimo relativamente a 2022. Se falarmos da totalidade do Grupo Corbário, estamos na casa dos 30 milhões de euros.”

A taxa de exportação ronda entre 60 e 70% da totalidade da produção.

Luís Vieira justifica que 2022 foi um “ano atípico”, com uma procura muito grande por matérias-primas.

“Após dois anos de pandemia Covid, aconteceu uma guerra que fez soar todos os alarmes no nosso sector, uma vez que a Ucrânia era o maior exportador de argilas do mundo.

Seguidamente, os mercados acalmaram e a procura arrefeceu, mediante a oferta existente e consolidámos ligeiramente abaixo do ano 2022.”

A Corbário exporta a maior parte da sua produção.

Além de Portugal e Espanha, seguem-se a Itália, Egipto, Turquia, Índia e Argélia.

“Temos ainda algumas vendas para o Paquistão e outros mercados mais residuais”, adianta Luís Vieira.

O responsável afirma que, a nível nacional e internacional, a empresa tem apostado num “caminho de desenvolvimento industrial” e, hoje, é conhecida como “fornecedor referência” para a indústria cerâmica.

“Temos sido PME Líder ao longo dos últimos anos, o que significa que temos desenvolvido um trabalho competente, estável e equilibrado.”

A empresa foi fundada em 1935, conforme atesta um documento oficial guardado no edifício-sede da empresa na localidade do Barracão, no concelho de Leiria, mas há registo – e memória - de que o avô de Carolina, Manuel António Pinto, já operava no sector antes dessa data.

Embora o foco principal da actividade empresarial seja o fornecimento de matérias-primas para a indústria cerâmica, como explica Carolina Mota, o grupo empresarial abrange ainda outros sectores de actividade.

Por exemplo, a vocação principal da Sabril é o sector da construção e da Areipor é o fornecimento de matérias-primas tratadas para outros mercados como as areias utilizadas na filtragem de água, alimentação animal, agricultura, entre outros fins.

Carolina e Luís explicam que, no conjunto do grupo, existem cerca de 160 colaboradores e sublinham a necessidade de manter “uma grande responsabilidade social”.

São pessoas a quem os administradores endereçam agradecimentos pelo empenho e dedicação quotidianos.

Projectos delineados para o futuro há vários, mas há um que foca todas as atenções.

“Somos líderes do consórcio INOV.Recycle, que visa a recuperação e reintrodução do desperdício cerâmico nos nossos compostos argilosos. Desta forma, queremos contribuir para uma verdadeira economia circular e, consequentemente, poupamos as reservas naturais que existem nas nossas pedreiras e concessões alongando a sua vida útil”, explica Luís Vieira.

Carolina Mota reconhece que a actividade extractiva cria um impacto no ambiente, mas reforça que existe a preocupação de promover “as melhores práticas para o minimizar e contribuir para o desenvolvimento económico local, com respeito para com todas as partes envolvidas”.

“Com isto queremos reforçar o nosso compromisso para com a natureza e com a sociedade em geral”, resume. Mas o futuro também acontece a curto prazo e, nos próximos anos, afirma que as empresas do sector devem preparar-se para aquilo que Luís Vieira baptiza como “combate à iliteracia mineira”.

“Não podemos menosprezar desta forma um sector que tem acompanhado a Humanidade ao longo da sua evolução”, diz o administrador, sublinhando que, “após a descoberta do fogo, foi o aproveitamento dos recursos minerais que permitiu ao ser humano “distinguir-se dos restantes animais”.

“A indústria extractiva é uma prática nobre, digna e com futuro. Ninguém valoriza tanto a natureza quanto nós, que dependemos directamente dela para manter o negócio activo e os postos de trabalho. Queremos continuar a evoluir e a estabelecer as melhores práticas no nosso dia-a-dia, para promover a nossa arte com respeito máximo pelo meio ambiente e pela sociedade. Queremos deixar um País melhor às próximas gerações, e essa é uma das principais bandeiras nas nossas empresas.”

Carolina Mota recorda que toda a actividade económica contempla deveres.

“As empresas da indústria extractiva têm uma pegada ambiental inevitável, no entanto, têm também responsabilidades e deveres na recuperação das zonas que exploram e no cumprimento das normas que lhe são aplicáveis no decurso da exploração. Essas responsabilidades estão previstas na lei e nos regulamentos das diversas entidades que regulam o sector, e são hoje muito apertadas. Os efeitos negativos da actividade da indústria extractiva podem e devem ser minimizados, e é isso que tentamos fazer diariamente. Cumprindo-se a lei, a indústria extrativa é útil e benéfica para a sociedade.”