Sociedade

Criada peça com 300 quilos em impressora 3D

9 jun 2022 10:08

"Estamos a desenvolver uma máquina para fazer - será um caso de estudo - uma casa familiar com 12 x12 metros quadrados numa impressora 3D", afirma o sub-director do CDRSP.

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O Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto (CDRSP) do Politécnico de Leiria criou uma peça com 300 quilos em plástico, “talvez a maior peça feita por impressão 3D em Portugal com um sistema de extrusão português”, revela Artur Mateus.

O sub-director do CDRSP explica que se trata de um “pequeno módulo de uma paragem de autocarro” que demorou cerca de 20 horas a ser produzido, que foi idealizado e desenhado pela Weadd e produzido com recurso a tecnologia da Periplast.

Artur Mateus reconhece que “há empresas nos Estados Unidos a fazer peças de toneladas” e “algumas na Europa”. No entanto, em Portugal, desconhece que alguma vez tenha sido criado uma peça com esta dimensão, tendo sido a primeira em plástico com 300 quilos realizada no CDRSP. “Já fizemos uma peça em cimento com duas toneladas e estamos a desenvolver uma máquina para fazer - será um caso de estudo - uma casa familiar com 12 x12 metros quadrados numa impressora 3D”, acrescenta.

“Há muitas empresas portuguesas que já começam a olhar para isto, porque permite-nos produzir moldes em materiais termoplásticos recicláveis para componentes de grande dimensão em materiais compósitos”, explica. O sub-director do CDRSP agradece a colaboração com a Periplast e com a Weadd, com as quais desenvolveram equipamentos e produtos para efectuar os testes. “Convidamos ainda empresas de design para trabalhar os materiais, nos casos de estudo.”

O módulo da paragem, criado na passada semana, foi realizado para ser demonstrador do projecto mobilizador Add. Additive, no qual participam várias universidades e empresas portuguesas. “Foi criado para demonstrar a tecnologia. Fizemos duas peças, uma com um composto 75% de poder ser reciclado, que correu menos bem. Temos de afinar coisas. Esta está feita, com pequenos problemas que percebemos como podemos resolver”, afirma. Artur Mateus equaciona poder falar deste projecto ao presidente da Câmara da Marinha Grande, para a instalação de uma paragem de autocarro na zona industrial, com base neste processo sem molde.

“Se calhar podíamos fazer uma composição, que contemplasse uma zona para uma pessoa se sentar, uma zona para estar em pé a escrever uma coisa. Poderia ser em material reciclado e translúcido para criar menor impacto visual”, admite.