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Da plateia para o palco e do palco para a criação. Metadança celebra 10 anos

28 abr 2022 10:08

Uma residência artística, uma exposição e vários espectáculos em Leiria

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Natural de Leiria, João Fernandes é responsável pela programação do Metadança
Ricardo Graça

No programa do Metadança para 2022, que começou sábado, 23, em Leiria, e termina no próximo fim-de-semana, há espectadores de outras edições que vão a palco como intérpretes e também antigos intérpretes que este ano se apresentam como criadores ou produtores, um reflexo do caminho construído pelo festival, que chega à décima edição.

Com o Metadança, o público de Leiria, os estudantes de artes performativas e os artistas emergentes puderam voar “mais alto”, acredita o coreógrafo João Fernandes, sub-director da Escola Superior de Dança do Politécnico de Lisboa e programador do festival, que existe para “dar voz às pessoas que investem na formação” e proporcionar- lhes “alguma esperança”.

Após um ano de pausa por força da pandemia, em 2022 são 30 os participantes no Metadança, que volta a apoiar jovens criadores e a garantir a inserção de alunos em projectos performativos, dois dos principais objectivos do festival.

No trajecto até à décima edição, abriu-se “um conjunto de perspectivas que estavam um pouco tímidas”, considera João Fernandes, nomeadamente, na relação “com o espaço público” e na utilização de cenários não convencionais, outro dos objectivos dos organizadores desde a primeira hora.

Direccionado para a dança contemporânea, nas suas várias linguagens, o Metadança atrai “um público fiel”, que “tem aumentado bastante”, segundo João Fernandes.

O programa da décima edição do festival prevê uma residência artística da Escola Superior de Dança, de 23 a 29 de Abril, no BAG – Banco das Artes Galeria, uma exposição de fotografia sobre dança contemporânea no Museu de Leiria, entre 23 e 30 de Abril, performances em espaço público (30 de Abril, no BAG, às 11:30, 14:30 e 16 horas, resultantes da residência artística) e ainda um espectáculo no Teatro José Lúcio da Silva, a 29 de Abril, Dia Mundial da Dança, pelas 21:30 horas, em que serão estreadas as peças Também é teu, com criação e interpretação de Beatriz Lourenço, Catarina Marques e Rafael Pinto, e Na Substância do Fim, com criação, concepção e direcção de João Fernandes e Ângelo Cid Neto e interpretação de Anastácia Vengerko, Bárbara Camarinha, Catarina Gonçalves, Francisco Freire, Luísa Gonçalves, Mafalda Neves, Maria Aleixo e Maria Martinho.

“A dança tem tido crescimento, não só em Leiria, mas por todo o País”, salienta João Fernandes. “Leiria está muito diferente de há 10 anos atrás” e, no caso específico da dança, justifica “um balanço muito positivo”. No entanto, falta “um investimento para com a comunidade que depois vai ter um reflexo nas escolas”, que parecem, ainda, “muito centradas naquilo que é o seu trabalho, centradas nos resultados”.

Quanto ao Metadança, produzido a partir de um esforço voluntário e associativo, João Fernandes ambiciona um festival, no futuro, com mais espectadores – “esperemos que daqui a mais 10 anos tenhamos o dobro” – e “com uma relação muito mais próxima com a comunidade”, capaz de se ligar em rede com outras estruturas e de mobilizar “outro tipo de recursos e de disponibilidade”.