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Dança, vídeo arte e música. “Grito de revolta contra a morte dos rios” em estreia hoje em Alcobaça
A companhia Amalgama inaugura “Como dançam os rios?”, um ciclo de espectáculos e workshops, com direcção artística de Alexandra Battaglia, no jardim da central-periférica, em Alcobaça
“A morte de um rio é trágica, como foi a morte de D. Inês”, lê-se na nota de imprensa. “Afonso IV mandou assassinar Inês de Castro em Janeiro de 1355. Louco de dor, Pedro liderou uma revolta contra o rei, nunca perdoando ao pai o assassinato da amada. Em 2023, Como dançam os rios? é um grito poético de revolta contra a morte dos rios, este em Alcobaça, mas também de todos os outros que no mundo sofrem o impacto da crise ambiental que afecta o planeta”, prossegue a organização. “Deixar morrer é uma forma de assassinato”.
A estreia nacional de Como dançam os rios? acontece este sábado, 26 de Agosto, pelas 20:15 horas, no jardim da central-periférica, um centro de residências e investigação artística, em Alcobaça, localizado na Rua Dr. Nascimento e Souza.
O ciclo de espectáculos e workshops para famílias, adultos e crianças vai prolongar-se até Outubro e apresenta como objectivo explorar as relações entre a natureza, a história e a cultura.
Através da dança contemporânea e cruzamentos disciplinares, tem como ponto de partida a confluência dos rios Alcoa e Baça e a história de amor trágico entre D. Pedro e D. Inês.
É uma co-produção entre a companhia de dança Amalgama e a Babel – Organização Cultural, com direcção artística de Alexandra Battaglia e o apoio da Fundação GDA.
“Em Como dançam os rios? o trabalho criativo desenvolve-se a partir da realidade histórica, cultural e natural específica de Alcobaça, e consubstancia-se através da dança e de cruzamentos disciplinares, como o vídeo arte e a música, para ser apresentado no jardim da central-periférica, situado no vértice dessa confluência dos rios”, é explicado no texto de divulgação.
“O espectáculo resulta de um olhar prolongado sobre o fluxo das águas, a confluência dos rios, as fusões, as harmonias, uniões, redemoinhos, agitações, flutuações, variações de caudal, transformações da fauna e da flora circundante ao longo de ciclos sazonais de vida e de morte, materializando-se em movimento corporal, ritmo físico, sonoro e imagem em movimento para dar expressão à impermanência que nos caracteriza enquanto seres naturais, fundidos nos fluxos e ciclos da natureza”, detalha o comunicado.
Como dançam os rios? divide-se em 3 atos, 1 - “Aproximação (nascer, fluir)” ; 2 - “União (crescer e amar)” 3 – “Tragédia e Sublimação (morrer e renascer)”. No final das apresentações haverá espaço para o encontro entre artistas, público e contemplação do local e dos rios.
As próximas apresentações ao vivo estão agendadas para 30 de Setembro e 14 de Outubro, enquanto os últimos workshops decorrem a 24 de Setembro e 7 de Outubro.