Economia
Dívida para financiar políticas distributivas bloqueou crescimento
Conferência da Missão Crescimento em Leiria
Por que razão nas duas últimas décadas a economia portuguesa cresceu a “ritmos miseráveis”? Para a Missão Crescimento, tal deve-se ao sistema político, que “bloqueou a sociedade”.
O diagnóstico foi apresentado na semana passada em Leiria pelo presidente daquele movimento, Jorge Marrão, que disse que o País se endividou para “fazer face a políticas públicas de distribuição de rendimentos, o que teve efeitos negativos”.
“Temos uma classe política que tem uma preferência distributiva, o que impede que os recursos sejam dedicados a outros aspectos relacionados com o crescimento”, frisou o responsável durante a conferência, lembrando que essas políticas foram financiadas com “dinheiro dos outros” e que o “endividamento massivo gerou problemas no crescimento”.
Por outro lado, também as empresas se endividaram. Porquê? “Não formaram capital suficiente” e “fazia sentido” recorrer à banca, que “financiava a sociedade a juros baixos”.
Só que a banca já não consegue financiar a economia como antes e é preciso que haja políticas públicas que incentivem mais a poupança e menos o consumo, defendeu Jorge Marrão.
Levantada por um elemento da assistência, a legislação laboral foi um dos assuntos em discussão na conferência. Rui Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas, lembrou que este é um dos aspectos frequentemente apontados como constrangimento em inquéritos realizados junto das empresas.
Assim como o funcionamento da Justiça. Porquê ter funcionários públicos a trabalhar 35 horas, quando nas empresas privadas se trabalham 40 ou mais? A questão foi lançada por Jorge Santos, presidente da Nerlei, que lembrou que “o Estado social é importantíssimo, mas se não houver crescimento não se consegue pagar”.
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