Sociedade

Dois anos após polémica, plano de mobilidade ainda está por concluir

20 abr 2018 00:00

Câmara de Leiria acusada de fazer “tábua rasa” de propostas de grupo de trabalho.

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Maria Anabela Silva

Há dois anos, estava Leiria em polvorosa. A apresentação pública do Plano Estratégico de Mobilidade e Trânsito (PEMT) gerou grande controvérsia, que acabaria por custar o pelouro ao vereador responsável, Lino Pereira.

A sociedade civil mexeu-se, com a criação do Movimento Cidadãos por Leiria, que, entre outras iniciativas, promoveu uma petição que juntou mais de seis mil assinaturas, contestando muitas das medidas preconizadas pelo PEMT.

Mas, dois anos passados, não só a versão final não está aprovada como, da parte da Câmara, surgem sinais que podem indiciar a recuperação de algumas das propostas mais polémicas.

Essa é, pelo menos, a leitura que fazem vários elementos do grupo de trabalho criado no âmbito da Assembleia Municipal (AM) para analisar o PEMT que, acusam o executivo de fazer tábua rasa das recomendações que fizeram.

A Câmara assegura, contudo, que o dossiêr não foi metido na gaveta, garantindo que o mesmo tem vindo a ser trabalhado e que ficará “concluído e aprovado este ano”.

“Fiquei cilindrando quando percebi que, aparentemente, a Câmara está a recuperar projectos que tinham sido chumbados pelo grupo de trabalho. Parece que a nossa função foi um pouco de 'papel de embrulho' e as propostas e recomendação que fizemos foram ignoradas”, acusa Heitor de Sousa, que integrou o grupo em representação do BE.

O bloquista considera que a Câmara “quis fazer de conta que existe participação”, mas “agora que existe uma nova maioria”, “faz tábua rasa das conclusões e recomendações do grupo de trabalho”.

Essa é também a leitura de Francisco Marques, que integrou aquele grupo em representação do PSD e que receia que as propostas que fizeram venham a ser “esquecidas”.

“Eram soluções muito equilibradas e estavam consensualizadas. Temo que a estratégia da Câmara seja arrastar o processo para que caia no esquecimento e depois implementar as 'suas' medidas”, refere o social-democrata que neste mandato não integra a AM, apontando como exemplo das proposta que a autarquia quererá recuperar o parque de estacionamento subterrâneo no largo da República

A questão relativa a essa intervenção foi levantada já este mandato, aquando da aprovação do orçamento municipal, que contém verba inscrita para a intervenção naquela zona. Contudo, o presidente da Câmara não esclareceu se o aparcamento vai, de facto, avan&c

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