Economia
Empresa Oceano Fresco angaria investimento de 6,1 milhões de euros
Empresa da Nazaré prepara-se para lançar, em larga escala, as suas operações comerciais
A Oceano Fresco, que se assume como pioneira mundial em aquicultura de bivalves, anunciou esta terça-feira a conclusão da sua série B de investimento, no montante de 6,1 milhões de euros, “uma das maiores até hoje no sector”.
A ronda é co-liderada pelo fundo holandês de aquicultura sustentável Aqua-Spark e pela Semapa NEXT, braço de capital de risco do Grupo Semapa.
Com este investimento, a empresa irá expandir as suas operações e construir a sua primeira infraestrutura de armazenamento e embalamento.
De início, a expansão da empresa focar-se-á em Espanha e Portugal, “enquanto são estabelecidas as fundações de um negócio à escala global”.
“A Oceano Fresco tem-se distinguido como líder no sector das amêijoas, através da utilização de ferramentas avançadas e de uma abordagem de melhoramento contínuo das espécies baseada na ciência, trazendo inovação técnica e gestão ao emergente setor da economia azul”.
Na sequência de rondas de investimento anteriores lideradas pela BlueCrow Capital, a Oceano Fresco construiu um centro biomarinho (incluindo maternidade) na Nazaré e montou o primeiro viveiro de amêijoas, em mar aberto, ao largo do Algarve.
Prepara-se agora para lançar, em larga escala, as suas operações comerciais, começando com variedades de espécies premium de amêijoas nativas da Europa, informa em comunicado.
A empresa tem sido até hoje financiada pelos seus fundadores, por apoios públicos, e por investidores de capital de risco que partilham a sua “visão disruptiva de uma verdadeira economia azul para a Europa e para o mundo”.
“É muito entusiasmante ter com a Oceano Fresco investidores tão experientes e reputados como a AquaSpark e a Semapa NEXT. Ambos partilham a nossa visão sobre alimentação sustentável e a importância da inovação para a concretizar. Chegámos a este ponto devido à nossa excecional equipa. O futuro parece-nos brilhante”, afirma Bernardo Ferreira de Carvalho, fundador e CEO da Oceano Fresco.
“Uma etapa termina, outra começa. É gratificante saber que a empresa conta com um apoio tão forte entre os melhores; mas isto vem apenas aprofundar o sentido de responsabilidade que a equipa já tem, de estar sempre à altura das expectativas que vai criando”, diz por sua vez Nuno Arantes e Oliveira, co-fundador e presidente do CA da Oceano Fresco.
Ricardo Pires, CEO da Semapa NEXT, também citado naquele comunicado, sublinha que “uma das prioridades estratégicas desta empresa é “investir em empresas bem posicionadas para endereçar o imperativo da sustentabilidade com soluções escaláveis e economicamente viáveis”.
A Oceano Fresco “está inteiramente alinhada com esta visão, visto que está a trazer a produção de amêijoas para o século XXI através de uma abordagem completamente integrada, escalável, sustentável, e baseada na ciência”.
“Estamos entusiasmados com a perspectiva de trabalhar com esta equipa excepcional na vaga de crescimento que se avizinha, em que a empresa aumentará a produção e continuará a introduzir soluções inovadoras para ir ao encontro da crescente procura dos consumidores por fontes de proteína saborosas e sustentáveis”, afirma.
“Ficamos muito contentes por estar entre os investidores que lideram a série B da Oceano Fresco, visto que temos vindo a procurar a operação certa em bivalves desde que nos lançámos. Para nós, a Oceano Fresco destacou-se como um exemplo best-in-class no cultivo de moluscos, com o potencial de escalar e de reorientar a indústria numa direcção de maior sustentabilidade e transparência”, referem Mike Velings e Amy Novogratz, co-fundadores da Aqua-Spark.
A Oceano Fresco é uma empresa de alimentação sustentável que usa técnicas inovadoras de aquicultura para cultivar espécies de bivalves de alta qualidade.
“Os bivalves são uma alternativa reconhecidamente superior a todas as outras fontes de proteína de origem animal; a Oceano Fresco cultiva amêijoas nativas à Europa, designadamente das espécies V. corrugata e R. decussatus, ambas actualmente em declínio e ameaçadas por espécies exóticas invasoras, mas ambas também alvo de forte procura, contando-se entre os alimentos mais sustentáveis, naturalmente saudáveis e saborosos disponíveis em qualquer parte do mundo”, explica.
“As operações verticalmente integradas da Oceano Fresco permitem um cultivo sustentável e rastreável, alavancando os recursos do seu moderno Centro Biomarinho, do primeiro viveiro de amêijoas a mar aberto em todo o mundo (ambos em Portugal), e de um grupo de cientistas dedicado e totalmente apostado nos programas de I&D e de melhoramento selectivo da empresa”.