Sociedade

Enfermeira de Leiria anda pelo mundo a 'fintar' a Covid

1 abr 2021 15:25

Desiludida com a profissão, despediu-se e partiu à descoberta do mundo e de si própria. Pelo caminho, que já vai longo, tem aproveitado para ajudar os locais a enfrentarem a pandemia

Cláudia Gonçalves largou a carreira de enfermeira que abraçara há cerca de 12 anos e decidiu colocar a mochila às costas e partir sozinha numa viagem de quatro anos pelo mundo. A pandemia trocou-lhe algumas voltas, mas tudo continua a fazer sentido para se reencontrar consigo mesma, longe de Leiria, de onde é natural.

Pelo caminho tem encontrado todo o tipo de pessoas, cada uma delas com uma riqueza interior que lhe enche o coração. Desde o motorista que lhe dá boleia aos investigadores de óvnis, as experiências vividas têm sido “muito lindas”. “A minha experiência como enfermeira dá-me uma perspectiva bastante consciente de que a vida é efémera. Focamo-nos tanto no futuro e esquecemo-nos de viver o agora. Infelizmente não são só os velhinhos que morrem, os jovens também, como constatei na minha profissão. Foi isso que me ajudou a tomar a decisão de me despedir”, revela.

Na sua aventura pelo mundo tem ajudado alguns dos locais com quem se cruza, não só através da enfermagem como realizando tratamentos de NST - The NeuroStructural integration Technique, uma terapia que mistura a osteopatia, quiropatia e quinesiologia. “Eu gostava muito de trabalhar como enfermeira, de ajudar as pessoas. É curioso como a vida volta a trazer-nos ao nosso caminho. Conheci esta terapia através de um amigo, que me curou de uma lesão. Decidi que iria aprendê-la para ajudar as pessoas na minha viagem e tem sido bastante gratificante. Tenho encontrado várias pessoas com problemas e é com muito gosto que lhes faço tratamento gratuitamente. A minha missão de vida também passa um bocadinho por aí”, assume.

De mota para Marrocos

Cláudia Gonçalves, 37 anos, natural de Leiria, sente-se bem ao perceber que as pessoas confiam “numa estranha” e permitem que lhes faça tratamentos, através de uma técnica que estimula o sistema nervoso central e periférico, que “conecta com tudo”. “Parte desta minha viagem também era com esse objectivo de ir ajudando as pessoas que encontro.”

Além da NST, enquanto enfermeira também intervém “em pequenas coisas”, como conselhos relacionados com a Covid-19. “Há muita desinformação.” Cláudia ajudou também um casal do Chile, “com 60 e tais anos, que tinham experimentado mil e uma terapias e ficaram surpreendidos porque conseguiram algo que não tinham há anos”.

A jovem trabalhava como enfermeira nas urgências do Hospital de Santo André, em Leiria, quando, em 2017, sentiu que precisava de uma pausa e despediu-se. “Já não me

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